Um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir a taxa básica de juro ao seu mais baixo patamar desde que a Selic passou a referenciar a economia, a Boa Vista SCPC informou que a inadimplência do consumidor caiu 2,4% em novembro na comparação com outubro.
Trata-se de uma combinação favorável à tomada de crédito e consumo, umas das variáveis pelas quais especialistas acreditam que tem se dado a retomada em curso do crescimento da economia bem como a manutenção em escala crescente do Produto Interno Bruto (PIB) ao longo de 2018.
Soma-se a isso a entrada do 13º nas contas, a queda da inflação, que em 12 meses encontra-se em 2,70%, patamar significativamente abaixo do centro da meta inflacionária, de 4,5%, prevista para este e o próximo ano, e a redução da taxa de desemprego, que vem caindo gradualmente e encontra-se em 12,4% da População Economicamente Ativa (PEA) medida pelo IBGE.
Nas leituras de mais longo prazo, os dados referentes à inadimplência são ainda mais estimulantes. De acordo com a Boa Vista SCPC, no acumulado de 12 meses o total de atrasos nos pagamentos mostra uma retração de 3,5% e, quando se compara novembro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o recuo no total de contas atrasadas chega a 11,2%. De janeiro a novembro, a inadimplência caiu 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com os técnicos da Boa Vista SCPC, as adversidades ocorridas na economia ao longo dos últimos dois anos geraram grande cautela nas famílias, inibindo o consumo e consequentemente contribuindo para a diminuição do fluxo de inadimplência.
“Com a perspectiva de crescimento gradual da economia e renda, juros menores e inflação controlada, espera-se uma retomada sustentável da demanda de crédito, expandindo a renda disponível das famílias, fatores que deverão colaborar para a manutenção de um ritmo estável do estoque de inadimplência em 2017”, acrescentam.
Regiões – Chama a atenção no levantamento da Boa Vista SCPC a distribuição da queda da inadimplência pelas regiões do País. Em novembro, os atrasos no Norte do Brasil recuaram 6,8% em relação a outubro. Na mesma base de comparação, o maior porcentual de queda da inadimplência se viu no Nordeste, com uma retração de 3,9%, seguida por uma queda de 3,6% no Centro-Oeste como mostra a tabela abaixo.