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200 mil fiéis visitam Santuário de Aparecida no dia da Padroeira

Devotos de Nossa Senhora Aparecida comparecem ao Santuário Nacional no dia da Padroeira do Brasil. Foto: Reprodução/Felipe Guimarães/Santuário Nacional

Fernanda Cruz 

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no município de Aparecida (SP), recebe aproximadamente 200 mil visitantes nesta quinta (12), cerca de 30 mil pessoas a mais que a estimativa inicial. No feriado do ano passado, que caiu em uma terça-feira, foram recebidos 150 mil fiéis. A celebração este ano comemora os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Milhares de romeiros vieram de cidades próximas caminhando pelo acostamento da Rodovia Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, mesmo sob forte calor. A temperatura média registrada na cidade é 32 graus. Dentro do santuário, foram feitos 388 atendimentos médicos até as 14h, nenhum caso grave.

Sebastião Henrique de Moraes, de 44 anos, levou 11 horas para percorrer 40 quilômetros a pé. Ele saiu de sua cidade, Pindamonhangaba (SP), na tarde de ontem (11) e ainda pretende voltar a pé. “Este é o sétimo ano que venho. Tive promessas para que meus dois filhos melhorassem, mas eles morreram. As outras foram recebidas, toda promessa que eu faço, eu recebo”.

O romeiro fez a peregrinação ao lado da família de oito pessoas. Mesmo cansado, ele aguardava há mais de uma hora em uma fila para se aproximar da imagem da santa. “Quero agradecer a ela, já que tenho essa chance, quero conversar com ela de pertinho”.

Excursões – O estacionamento da basílica, com capacidade para 3 mil carros e 2 mil ônibus, lotou logo no início da manhã. Lindalva Ribeiro, 60 anos, veio em uma excursão de ônibus da cidade de Ipiaú, na Bahia. Foram 26 horas de viagem junto a 45 pessoas. “Estamos aqui desde terça-feira. A gente está apaixonada por Aparecida, tudo muito lindo. Cada ano que a gente vem é diferente. Sou devotíssima. Agradecemos, pagamos promessas”.

Para o padre João Batista de Almeida, reitor do Santuário Nacional, a festa deste ano celebra 300 anos de graças e bençãos. “A história da santa vai continuar nessa caminhada missionária pelos próximos 300 anos”. Nesta edição, a igreja e a Justiça do Trabalho se uniram numa campanha para erradicar o trabalho infantil.

“Temos mais de 2,5 milhões de crianças trabalhando e perdendo o seu tempo de infância. Somamos força com a Justiça do Trabalho, para tomar consciência de que a criança precisa estudar e brincar. Criamos a #chegadetrabalhoinfantil”, disse.

Em vídeo exibido durante a missa solene, às 9h30, o Papa Francisco mandou recado ao povo brasileiro, desejando força para enfrentar a corrupção. O padre João comentou sobre a ausência do papa, que havia prometido, assim que assumiu o papado, que viria para a festa de 300 de Nossa Senhora.

“No ano passado, fomos a Roma levar a imagem e o papa já dava sinais de que não viria. A razão é pastoral da igreja. Este ano, seria de visitas de bispos, ele tem que receber um por um. Uma viagem internacional iria custar uma semana a ele”, disse o padre.

Ausência de autoridades – O padre João falou ainda sobre a ausência de autoridades na festividade,  apenas o governador Geraldo Alckmin compareceu. “A igreja está sempre de portas abertas a todos, são sempre bem-vindos. Mas não é tradição a presença de autoridades, a não ser Alckmin, que já vinha desde antes”.

O padre também respondeu ao questionamento de jornalistas a respeito da ausência do presidente Michel Temer. “Nós o convidamos, mas não é tradição. Se eu fosse presidente do Brasil viria. De repente, a assessoria [do presidente] não se atentou”, disse o padre.

Alckmin – O governador Geraldo Alckmin disse que rezou pelos doentes, pelos que sofrem e pelo seu filho Thomaz Rodrigues Alckmin, que morreu em abril de 2015 em uma queda de helicóptero. “É sempre uma emoção renovada, nossa senhora, padroeira do nosso país, a mãe nunca abandona, é amor, sempre está presente. É uma grande alegria”.

O governador falou ainda que a sua presença na festa da santa padroeira do país não tem ligação com a política. “Não misturo política e religião. Se amanhã eu não for candidato a nada e não tiver nenhum cargo, continuarei vindo aqui na basílica, como faço há décadas”.

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