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Entrevista/Tania Miranda

‘Literatura é escrever por amor à arte; é isso o que eu faço’

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Autor/Imagem:
Cecília Baumann - Foto Acervo Pessoal

De Taubaté, no interior paulista, a São Paulo, capital, onde virou uma paulista por adoção, não é necessariamente um passo, até porque há pedágios do início ao fim da jornada. Um espaço e um tempo para fazer-se adulta, e por fim, colocar no papel, em forma de contos, crônicas e poesias, o que lhe vem na cabeça.

Esta é Tania Miranda, escritora top entre as tops que, apesar dos seus muitos escritos, apenas no início dos anos 20 deste século começou a se dedicar mais à sua obra. O que a motiva? Simplesmente o amor por escrever, conforme suas próprias palavras, que podem ser lidas na entrevista a seguir:

Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritora.

Bem, sou uma crossdresser. Meu nome social é Tania Miranda. Nasci na cidade de Taubaté – SP, e moro desde os dois anos de idade na cidade de São Paulo – SP. Sou casada há 40 anos, tenho quatro filhos e dois netos. Sempre gostei de escrever, embora somente há três anos resolvi seguir esse caminho a sério. Escrevo crônicas, poesias, contos… simplesmente amo escrever.

Como a escrita surgiu na sua vida?

Sempre fui uma pessoa sonhadora. E a escrita te leva para um mundo que é só seu… onde você tem o domínio do destino de seus personagens.

De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?

Da observação daquilo que ocorre em nossa volta, no mundo. E também daquilo que vivi em meu tempo de infância, de adolescência…

Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?

Tanto a formação quanto a história de vida ajudam a enriquecer meus textos com comparações com o passado.

Quais são os seus livros favoritos?

Não tenho livros favoritos… mas gosto daqueles que apresentam uma escrita fluida. Entre eles eu citaria “O Tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo e “O Cemitério”, de Steffen King….

Quais são seus autores favoritos?

Não tenho autores favoritos. O autor de um bom livro pode produzir livros ruins também.

O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?

Inspiração. Mas ela está sempre presente. Escrever é um hábito constante.

Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?

Respondendo a essa pergunta, uso o gancho da pergunta anterior. Como a inspiração é o que me faz criar meus textos, os assuntos são aleatórios. Só vou saber sobre o que escrevi ao terminar um texto, não antes.

Para você, qual é o objetivo da literatura?

Descortinar o mundo da imaginação diante dos olhos dos leitores. Trazer o mundo que o escritor imaginou de uma maneira palpável, para que o leitor também desfrute das emoções vividas pelo escritor.

Você está trabalhando em algum projeto neste momento?

Sim. Estou finalizando meu terceiro romance e organizando meu primeiro livro de crônicas, que pretendo publicar ainda esse ano.

Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?

Minha formação veio das histórias em quadrinhos, principalmente as escritas por Carl Barks. E também fotonovelas. Foi com elas que tive contato com os clássicos da literatura, como “Anna Karerina”, “O homem que ri”, “Pimpinella Escarlate”, entre outros…

Como é ser escritor hoje em dia?

Bem, a gente escreve. Publica. E aí… meus textos são elogiados nos grupos em que publico, tanto aqui como no exterior… agora, quando se fala em vender livros, sou um zero à esquerda…

Qual a sua avalição sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?

Adorei. É um canal a mais para divulgarmos nosso trabalho. Espero que continue aberto para todos nós.

Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?

Bem, como eu disse, pretendo publicar meu terceiro livro ainda esse ano. Tenho dois já publicados, o primeiro é “Tirésias, a dualidade da alma humana”, onde abordo o tema “transgênero”. Não é um romance. É um livro que fala sobre a vida como ela é. Mas não aquela vida violenta, que estamos acostumados a ver pelo prisma dos telejornais. É mais as recordações de uma pessoa que viveu décadas e está relembrando tudo aquilo que já passou… sua infância, adolescência, a primeira namorada, o casamento, a chegada dos filhos… ou seja, é a história de uma vida. O segundo livro é um romance, que explora as crendices populares com uma pitada de aventura e mistério. É “A volta do Justiceiro”, onde resgato um herói de minha infância para viver uma nova aventura… é uma história que envolve a vida no campo, perseguição a ladrões de gado, tiroteios, tem vampiros, lobisomens… e muita confusão, como crimes misteriosos acontecendo e deixando o delegado da cidade sem rumo… e, como eu disse, o próximo a ser publicado é um livro onde reuni algumas crônicas. Ainda não tem título.

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