Entrevista/Emiliano Cruz
Escrever histórias fica mais fácil quando se é historiador por formação
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Um gaúcho que foi morar em São Paulo por certo tem muita história para contar. E é o que J. Emiliano Cruz, pseudônimo do escritor Jorge Marçal, mais gosta de fazer. Inspiração para escrever contos, crônicas e romances não falta. Afinal, ele é historiador por formação, além de possuir uma grande bagagem política – inclusive com atividades sindicais.
Conheça na entrevista a seguir um pouco desse astro das palavras, que escreve desde que aprendeu as primeiras letras do alfabeto.
Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.
Meu nome é Jorge Marçal (J. Emiliano Cruz), moro em São Paulo, capital, sou gaúcho, fui bancário e dirigente sindical da categoria no RS, atualmente, sou funcionário público federal em SP. Sou formado em História e Direito. Como escritor, sempre fui mais um voraz leitor de todos os gêneros literários, escrevendo, aqui e ali, contos, crônicas e poemas de gaveta, além de, frequentemente, artigos, teses e avaliações gerais sobre as lutas dos trabalhadores.
Como a escrita surgiu na sua vida?
Surgiu muito cedo, logo que entrei na escola, como uma forma de intermediação lúdica entre mim e o mundo a ser descoberto.
De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?
De leituras, vivências, observações, trocas com amigo(a)s e diálogos com todos os meus “eus”, como diria o imortal Fenando Pessoa.
Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?
Interferem de uma forma muito intensa e profunda, sou historiador e já lecionei por um tempo, ao mesmo tempo em que meu período de militância política-sindical forjou a minha visão de mundo.
Quais são os seus livros favoritos?
Entre tantos, posso citar: “Era dos extremos” e “Era das revoluções” (Eric Hobsbawm), “As mulheres de César” (Colleen McCullough), “As brumas de Avalon” (Marion Zimmer Bradley), “Dez dias que abalaram o mundo” (John Reed.), “O vermelho e o negro” (Stendhal), “Guerra e paz” (Liev Tolstói), “Ed Mort e outras histórias (Luis Fernando Veríssimo).
Quais são seus autores favoritos?
São estrelas que valem por uma constelação, entre outros: Karl Marx, Antonio Gramsci, Liev Tolstói, Anton Tchekhov, Eric Hobsbawm, Vitor Hugo, Stendhal, Honoré de Balzac, Alexandre Dumas, Fernando Pessoa, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Luis Fernando Veríssimo.
O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?
A concentração complementa a inspiração (visita nobre e fugidia). Atualmente, com a ajuda da minha querida amiga e escritora Brígida De Poli, tento capturar o hábito da escrita.
Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?
Tento sempre elaborar um coquetel que contenha cotidiano, questões políticas, sociais e históricas, angústias e reflexões inerentes à existência e visitas ao fantástico, tudo com a tentativa de muitas pitadas de ironia. Por que escolhi estes temas? Creio que eles fazem parte do meu “estar no mundo”.
Para você, qual é o objetivo da literatura?
Acho que a literatura, assim como todas as artes, é uma mediação necessária para vislumbrarmos um sentido de existência que valha à pena, assim como também é um agente poderoso de transformação e de luta por um mundo melhor e mais digno para as pessoas humanas.
Você está trabalhando em algum projeto neste momento?
Possivelmente, a publicação de uma coletânea de contos.
Como você gostaria que seus leitores enxergassem sua obra?
Tenho esperança de que os leitores se divirtam e, caso minhas palavras também geraram alguma reflexão ou inspiração, sentir-me-ei maravilhosamente recompensado.
Como é ser escritor hoje em dia?
Ainda preciso de mais vivência na atividade para discorrer sobre o tema.
Qual a sua avaliação sobre o Café Literário, a nova editoria de Notibras?
Achei inovadora, generosa e inspiradora a iniciativa do site de abrir novas janelas para escritores não profissionais. Estão de parabéns, prossigam!
Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?
Somente agradecer a oportunidade e desejar sucesso para vocês e seu maravilhoso trabalho. Admiração e gratidão!
