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5G acirra a disputa entre as operadoras para a compra da Oi

Smartphone, celular, em uso.

Não bastasse a péssima qualidade oferecida pelas empresas de telecomunicações que concentram a maior parte das ofertas dos serviços de internet e dados no Brasil, as companhias que dominam o setor, agora, disputam a compra da rede de fibra óptica da Oi (um legado do emaranhado parque tecnológico que se arrasta com seu passivo já faz décadas e com péssimo retorno aos seus acionistas).

A disputa por essa rede, que tem 4,3 milhões de clientes, está intensa. Vivo, Ligga Telecom e eB Capital estão interessadas, mas nenhuma concordou em pagar o mínimo de R$ 7,3 bilhões à vista exigido pela Oi. Se não houver propostas suficientes, a venda pode ser dividida por regiões ou haver um novo leilão, com os credores flexíveis quanto ao preço. Antes favorita, a V.Tal perdeu espaço com a entrada das novas concorrentes, mudando o cenário do mercado de telecomunicações no Brasil.

Caracterizado por um dinamismo significativo, esse setor é resultado de um contínuo processo de evolução tecnológica e de um ambiente regulatório em constante transformação. Nos últimos anos, o mercado tem passado por mudanças estruturais profundas, impulsionadas pela crescente demanda por serviços de internet e pela expansão das redes de banda larga móvel e fixa. Com a chegada do 5G, o Brasil se prepara para uma nova revolução tecnológica que promete impactar tanto consumidores quanto empresas.

O advento do 5G é, sem dúvida, um dos principais motores de transformação no setor. A tecnologia promete não apenas velocidades de conexão significativamente mais altas, mas também uma latência extremamente baixa e uma capacidade de conectar um número muito maior de dispositivos simultaneamente. Esses avanços são cruciais para a implementação de soluções de Internet das Coisas (IoT), cidades inteligentes e diversas outras aplicações que dependem de conectividade robusta e eficiente. No entanto, a implementação do 5G enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de investimentos elevados em infraestrutura e a adaptação de regulamentações existentes.

A concentração do mercado é outro fator que molda o cenário das telecomunicações no Brasil. Empresas como Vivo, Claro e TIM dominam a maior parte do mercado, resultando em um ambiente competitivo restrito. Apesar da concorrência limitada, esses grandes players têm investido pesadamente na melhoria de suas infraestruturas e na expansão de seus serviços, especialmente em áreas rurais e regiões menos atendidas. A fusão recente entre TIM e Oi, por exemplo, é um movimento estratégico que visa fortalecer a posição dessas empresas frente aos desafios tecnológicos e de mercado.

Os consumidores brasileiros têm demonstrado uma crescente demanda por serviços de internet de alta velocidade e pacotes de dados mais robustos. Essa tendência é impulsionada pela popularização do streaming de vídeo, jogos online e outras aplicações que consomem grande largura de banda. Consequentemente, as operadoras têm investido na ampliação de suas redes de fibra ótica e na adoção de tecnologias que aumentem a capacidade e a velocidade das conexões. A pressão para oferecer serviços de melhor qualidade a preços competitivos continua a ser um desafio para o setor.

Por fim, o papel do governo e das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é crucial para o desenvolvimento do setor. Políticas públicas que incentivem a competição, a inovação e a inclusão digital são essenciais para garantir que os benefícios das novas tecnologias sejam amplamente distribuídos. A regulação do uso do espectro, a facilitação de investimentos estrangeiros e o apoio a iniciativas de inclusão digital são aspectos que demandam atenção contínua para promover um mercado de telecomunicações mais dinâmico e acessível.

Em conclusão, o mercado de telecomunicações no Brasil encontra-se em uma fase de transformação intensa, impulsionada por avanços tecnológicos, mudanças regulatórias e uma crescente demanda por serviços de alta qualidade. A chegada do 5G promete revolucionar o setor, mas também traz desafios significativos que exigem investimentos substanciais e uma regulação adaptativa. A concentração de mercado, a expansão das redes de alta velocidade e o papel ativo das agências reguladoras são elementos fundamentais que definirão o futuro das telecomunicações no país.

*João Moura é Stock Investor, Designer Thinker e observador da anatomia de governos e sociedade.

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