Parte da ciclovia Tim Maia pode ser restaurada ainda neste ano, diz prefeito Eduardo Paes
Publicado
emA estrutura da parte da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemayer, zona sul do Rio de Janeiro, que desabou a cerca de um mês matando duas pessoas, poderá ser reconstruída ainda neste ano, disse o prefeito Eduardo Paes hoje (20) durante apresentação do balanço dos estudos feitos até o momento sobre a queda.
“É possível manter a mesma estrutura, só que mais segura. Talvez até com uma solução estrutural mais simples do que se imaginava e seguir o mesmo trajeto. Acho que há um volume de informações dos engenheiros que já permite tocar o projeto. Podemos muito em breve apresentar essa solução”, disse Paes. “Talvez seja mais torcida minha do que otimismo, mas dependendo do prazo e dessa solução, daria tempo de estarmos com isso concluído até as Olimpíadas, mas não é isso que vai nortear a ação, mas sim segurança total até para que erros não se repitam”.
A reconstrução é de responsabilidade do consórcio que construiu a ciclovia, o Contemat/Concrejato. De acordo com o laudo pericial parcial ainda em andamento de técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) e do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeir (UFRJ), a estrutura não era pesada o suficiente para resistir às ondas que a atingiram. O estudo foi encomendado pela prefeitura dias depois da tragédia.
O técnico do INPH Domenico Accetta explicou que a onda de aproximadamente 25 metros que derrubou a estrutura tinha força de cerca de três toneladas por metro quadrado, enquanto a parte que colapsou da ciclovia pesava cerca de 0,5 tonelada. Acceta disse que o ideal seria que a lage pesasse cerca de 6,6 toneladas por metro quadrado para aguentar a força das ondas.
O técnico disse que seria importante se instalar medidores de ondas no local, monitoramento e alerta de riscos e fechamento da via nos dias de ressaca.
Indenizações
O prefeito adiantou que o município continua em negociação com as famílias do engenheiro Eduardo Marinho e do garçom Ronaldo Severino, que morreram no dia para definir valores das indenizações e evitar ações judiciais contra o município.
Paes declarou que está claro que houve erro de projeto e cabe agora à polícia identificar os responsáveis. “Infelizmente houve falha de projeto e de utilização da ciclovia. Todos esses elementos produzidos pelo estudo servirão para a Polícia identificar os responsáveis pelo acidente. Feita essa conclusão a empresa responderá pelos seus atos se ela for responsável, que acredito que seja. Em se confirmando a responsabilização da empresa, vamos cobrar as indenizações da empresa”.