Sem-teto baixa a guarda, PM invade com a tropa de choque e libera o Hotel Torre Palace
Publicado
emBartô Granja, Edição
Uma tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal invadiu na por volta das 6 horas deste domingo (5) o Hotel Torre Palace, no Setor Hoteleiro Norte. Os cerca de 12 ocupantes foram acordados ao som de bombas de efeito moral e palavras de ordem.
Às 7h07, os ocupantes decidiram se entregar após uma curta resistência, quando usaram pneus queimados e jogaram paus e pedras contra os policiais. As crianças foram retiradas em segurança e atendidas pelo Corpo de Bombeiros.
A estrutura do prédio abandonado corre risco de colapso de acordo com laudo da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, subordinada à pasta de Segurança Pública.
Os riscos foram reconhecidos pelo desembargador Sebastião Coelho, da 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do DF e Territórios. Por liminar, em 26 de maio, ele concedeu parecer favorável para que o governo de Brasília desocupasse o prédio.
O hotel estava ocupado por integrantes do Movimento Resistência Popular (MRT) desde outubro do ano passado. A operação começou por volta das 6h e, meia hora depois, o local já havia sido desocupado.
Sucesso – Cerca de 200 homens participaram da ação. Membros do Batalhão de Operações Especiais entraram no hotel pelo topo do prédio, utilizando dois helicópteros da corporação, enquanto homens do Batalhão de Choque entravam pelas escadas.
Ao todo, três homens, quatro mulheres, dois idosos e quatro crianças foram retirados do local. Os adultos foram algemados e encaminhados para o Departamento de Polícia Especializada. As crianças, bastante assustadas, receberam os primeiros socorros ainda no hotel e, em seguida, foram levadas para o Hospital Materno Infantil de Brasília.
A secretária de Segurança Pública do Distrito Federal, Márcia de Alencar, classificou a operação como exitosa. “O foco hoje foi na preservação de vidas e no salvamento e resgate dos que estavam lá dentro, mas o que aconteceu, de fato, foi uma rendição por parte dos integrantes”.
Ainda segundo Márcia, o local agora está sendo periciado por homens da Polícia Civil. Os presos devem responder por resistência, dano ao patrimônio e tentativa de homicídio, por conta dos diversos objetos atirados do topo e de outros andares do hotel durante a ocupação.
“Não quisemos, em nenhum momento, criminalizar os movimentos sociais. Mas o que estava ocupando esse hotel não era mais o MRT”, disse. “Cumprimos todos os protocolos nacionais e internacionais e essa ação confirma a capacidade operacional das nossas forças”, concluiu.
** Matéria alterada às 11h08 para acréscimo de informações