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Forças iraquianas entram em Fallujah, maior reduto do Estado Islâmico no país

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As forças iraquianas retomaram quase inteiramente Fallujah, onde o grupo Estado Islâmico (EI) só resiste em dois bairros do norte da cidade localizada a oeste de Bagdá, enquanto milhares de civis deslocados lotavam os acampamentos nos arredores da cidade.

“O norte e centro de Fallujah foram desocupados quase inteiramente de (combatentes) do Daesh (sigla em árabe do EI)”, indicou à AFP o general Abdulwahab al-Saadi.

“Só restaram combatentes do EI nos bairros de Al Mualemin e Al Jolan no norte”, indicou.

“Em Al Jolan, eles opuseram alguma resistência, mas nós os detemos e matamos um bom número” deles, acrescentou.

As forças de elite de contraterrorismo, a polícia federal e outras unidades militares conduzem a ofensiva lançada em 23 de maio para recuperar Fallujah, nas mãos dos extremistas desde janeiro de 2014.

O primeiro-ministro Haider al Abadi afirmou na semana passada que suas forças haviam recuperado praticamente a totalidade dessa fortaleza extremista localizada cerca de 50 km a oeste de Bagdá.

Três quartos da cidade estão sob seu controle, de acordo com Al Saadi e outros comandantes.

Contudo, Christopher Garver, porta-voz da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, declarou na terça-feira que as forças iraquianas haviam expulsados os extremistas de apenas um terço da cidade.

Em 2004, as tropas americanas que haviam derrubado Saddam Hussein, sofreram em Fallujah alguns de seus piores reveses desde a Guerra do Vietnã.

Nos últimos meses, as forças iraquianas têm recuperado terreno e agora buscam recuperar Mossul (norte), a segunda cidade do país e outra grande fortaleza dos extremistas no Iraque.

Dezenas de milhares de civis, que sobreviveram dentro do Fallujah sitiada sob o controle do EI, fugiram de suas casas e se amontoavam em acampamentos de refugiados nos arredores.

As organizações humanitárias têm tido dificuldades em lidar com o enorme fluxo de famílias e admitiram que a sua resposta à crise é insuficiente.

“Temos de admitir que a comunidade humanitária também falhou com o povo iraquiano”, disse Nasr Muflahi, diretor para o Iraque do Conselho Norueguês de Refugiados (NRC), uma das organizações que prestam assistência às pessoas deslocadas na região de Fallujah.

“Há uma falta significativa de financiamento, mas isso não justifica o fato de não haver mais agências humanitárias ajudando as pessoas em Fallujah”, disse ele.

Como muitos dos campos já estavam acima de suas capacidades, outros foram instalados para as novas famílias que não param de chegar. Mas muitas vezes nestes novos assentamentos não há lugar para dormir, nada para comer ou beber.

Em um acampamento em Khaldiyah, às margens do lago Habaniya a oeste de Fallujah, Intija Mohamed e seus três filhos dividem dois colchões com 10 outras pessoas.

“Não temos nada aqui, apenas as roupas que vestimos. Meu filho está doente há quatro meses. Eu não tenho leite suficiente para ele e não há leite em pó no campo”, lamentou.

O pequeno Ziad dormia em um pedaço de lona, com uma mamadeira em sua boca, enquanto rajadas de vento de poeira enchiam a tenda.

Mais de 80.000 pessoas fugiram desde o início da ofensiva contra Fallujah, em meados de maio.

No total, mais de 3,3 milhões de iraquianos deixaram suas casas desde que o conflito começou em 2014. Quase metade deles são da vasta província de Al-Anbar, no centro do autoproclamado “califado” do EI, a meio caminho entre a Síria e o Iraque.

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