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Ladrões do campo deixam gado e levam feijão, que rende mais e é mais fácil de vender

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Bartô Granja, Edição

A disparada do preço do feijão está criando um fenômeno no meio rural: o produto virou o principal alvo dos ladrões, que deixam o gado pastando e enchem carroças e pequenos carros com sacas, porque o fruto do roubo, além de estar mais valorizado, é mais fácil de transportar.

Em Minas Gerais, as lavouras tornaram-se alvo de ladrões no município de São Gonçalo do Sapucaí (MG), a 340 km de Belo Horizonte. Preocupado com gangues, o fazendeiro Ronan de Souza, que produz feijão carioquinha, estima que os furtos nesta safra tenham chegado a 600 quilos (dez sacas de 60 kg cada).

Ele também planta milho e batata, mas os ladrões só levaram feijão mesmo. “É por causa do valor.” O preço pago pela saca aos produtores da região saltou de R$ 120 para R$ 450, segundo ele.

“Além do prejuízo de quase R$ 5.000 com as dez sacas, tive que contratar vigilância profissional, 24 horas por dias”, afirma. São quatro funcionários, ganhando R$ 150 por dia cada, para um turno de 12 horas. “São dois seguranças em cada horário. Estou gastando R$ 600 por dia com isso. Vai somando nos custos…”

Souza conta que, na quinta-feira (30), funcionários de sua fazenda flagraram quatro pessoas debulhando o feijão e conseguiram evitar o roubo. Segundo o produtor, não se trata de quadrilhas organizadas e equipadas.

A maioria rouba e foge a pé mesmo. O produto está custando cerca de R$ 25 o quilo, e eles vendem por R$ 10. Segundo o delegado de São Gonçalo do Sapucaí, Diego Bruno Dias do Nascimento, os criminosos procuram produtos mais caros e fáceis de serem vendidos.

“São corriqueiros os casos de roubos nas lavouras. Os criminosos roubam gado, café, grãos. Agora, estão visando o feijão por causa da valorização”, diz o delegado. “Tivemos outros casos de roubo de feijão, mas não tenho um levantamento sobre a quantidade do que pode ter sido roubado na região.”

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