ACM, quem diria, se fez branco ao não mostrar provas a Itamar Franco contra Jutahy
Publicado
emJosé Escarlate
Lembrança de Leonardo Mota Neto e de Silvestre Gorgulho me socorrem com as histórias corajosas e engraçadas da vida de Itamar Franco. Uma delas destaca episódio que poderia ter sido dramático se não acabasse sendo hilário.
O fato foi que o então governador da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, o ACM, fazia sucessivas denúncias sobre corrupção no governo. Essas tais denúncias, se voltavam contra Jutahy Magalhães, então ministro de Itamar.
ACM, certo dia, desafiou Itamar a recebê-lo no Planalto. Disse que iria comprovar o que denunciava “com documentos sobre quem e onde se estava roubando o público”.
O presidente topou. Mineiro astuto, Itamar tomou precauções e pediu ao ministro da Justiça Mauricio Correa para testemunhar o encontro. E mais: deixou os jornalistas que cobriam o Palácio do Planalto de plantão na porta do gabinete.
ACM chegou sobraçando uma pilha de documentos. Estranhou, contudo, a presença de Correa. Pedira uma conversa particular. O quadro foi constrangedor. Antonio Carlos Magalhães emudeceu. Abreviou o mais que pode a conversa.
Itamar pediu os tais os documentos. ACM largou-os na mesa, quando a imprensa teve acesso. Viu-se então que eram apenas coleções de recortes de jornais. Não havia qualquer documento de prova.
Normalmente bem corado, o que se viu naquele instante foi um ACM sem cor, branco, inteiramente desorientado. Totalmente arrasado. Desolado.