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Candidatos à presidência da Câmara evitam falar sobre o caso Eduardo Cunha

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Erich Decat, Julia Lindner e Gustavo Aguiar

Com receio de criar clima de animosidade com lideranças partidárias aliadas de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a maioria dos candidatos ao comando da Câmara evita opinar sobre o processo de perda de mandato do deputado afastado.

O discurso entre os postulantes é de que seguirão o regimento interno. Ao manter “posicionamento institucional”, eles minimizam atritos com o Centrão, grupo comandado por PP, PR, PSD e PTB, próximo a Cunha, e que detém força para ditar o ritmo das atividades da Casa.

Nome mais cotado para suceder Cunha, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), está entre os que não se posicionam. “São coisas independentes (processo de Cunha e presidência da Câmara). Esse assunto tem de tramitar naturalmente, seguindo o regimento. Não vou nem acelerar, nem retardar.”

Rosso tem o apoio de Cunha na disputa prevista para esta semana. Outros postulantes, como Rodrigo Maia (DEM-RJ), Beto Mansur (PRB-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Hugo Legal (PSB-RJ), têm discursos semelhantes.

Para adversários de Cunha, a defesa dos candidatos de que seguirão o regimento não impede que acatem manobras do peemedebista. Isso porque há brechas nas normas para investidas de Cunha, caso consiga respaldo do novo presidente. Uma delas é a possibilidade de qualquer deputado apresentar, em plenário, questão de ordem inquirindo as ações adotadas no julgamento do processo de cassação, hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Segundo servidores da Câmara, esse questionamento, se recebido pelo novo presidente, pode paralisar o processo, enquanto não for avaliado pela CCJ e pelo plenário. Assim, o caso pode se estender por vários meses. “O que não pode é eleger um presidente que numa canetada volte todo o processo”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP), também na disputa pelo cargo.

estadao

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