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Brasília enfrenta longa estiagem e especialistas alertam para risco com saúde

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Sabrina Craide

Há 59 dias sem chuvas, o Distrito Federal entrou em estado de atenção devido à baixa umidade do ar. Nesse período, a população deve tomar cuidados com a saúde, priorizando a hidratação do corpo e a umidificação de ambientes, para evitar a desidratação e a incidência maior de doenças respiratórias, além de dores de cabeça, irritações nos olhos, nariz, garganta e pele.

A umidade relativa do ar registrada no DF ficou em cerca de 30% nos últimos dias, segundo a Defesa Civil. Pelos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal é de 60%. A entidade recomenda a decretação do estado de atenção quando os índices ficam entre 20% e 30%. Entre 12% e 20%, é recomendado o estado de alerta, e índices inferiores a 12% podem ser considerados estado de emergência sanitária.

A otorrinolaringologista Larissa Macedo Camargo afirma que, com a baixa umidade, as mucosas dos olhos, da boca e do nariz ficam ressecadas, favorecendo a atuação de agentes externos, como vírus e bactérias. As principais doenças que se manifestam nesse período são as infecções das vias aéreas, como rinites, sinusites, pneumonias e asma. “Com a desidratação da mucosa, além da facilidade de aderência desses agentes externos, as células do sistema imunológico têm mais dificuldades de chegar às vias áreas. Então, o aporte de células de proteção é reduzido”, explica.

Para reduzir as consequências do clima seco, a receita é investir na hidratação, consumindo muitos líquidos e lavando o nariz com soro fisiológico, além de hidratar a pele para evitar dermatites. A médica também orienta evitar locais com aglomeração de pessoas e deixar os ambientes limpos e arejados. Ela recomenda o uso de umidificadores de ar apenas por curtos períodos, para que não haja proliferação de mofo no ambiente.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a seca é comum no Distrito Federal nesta época do ano por causa da atuação de uma massa de ar quente e seca sobre o Centro-Oeste, que inibe a formação de nuvens na região. “Essa massa é totalmente normal, é característica do inverno e ganha força à medida que vai se aproximando dos meses de agosto e setembro, quando chega ao seu pico”, diz a meteorologista do Inmet Ingrid Peixoto.

Nesta semana, a Defesa Civil da cidade de São Paulo também colocou o município em estado de atenção por causa da umidade relativa do ar em torno de 30%, com tendência de queda.

Outras cidades de São Paulo e de Minas Gerais também registraram baixos índices de umidade do ar nos últimos dias.

Com o tempo seco, o período recomendado para a prática de atividades físicas é antes das 10h e após as 17h. Outras orientações da Defesa Civil são usar roupas leves, fazer refeições leves, incluindo frutas e verduras, usar sombrinha ou guarda-chuva para andar nas ruas no período mais quente. A hidratação deve ser reforçada nas crianças, com a ingestão de bastante líquido. Os idosos também exigem atenção, pois são suscetíveis a problemas respiratórios.

A falta de chuvas e o tempo seco também contribuem para as queimadas. A Defesa Civil recomenda não jogar pontas de cigarro na vegetação, nem atear fogo em entulho. Em caso de incêndio, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado imediatamente pelo telefone 193.

Agência Brasil

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