Tempos de muita festa em que a música ia da Rádio Nacional para o Catetinho
Publicado
emJosé Escarlate
Com a inauguração em 31 de maio de 1958 da Rádio Nacional, pouco depois chegava a Brasília o Zair Cançado pioneiríssimo da cidade, vindo da Nacional Rio. Sentiu a terra, as preferências do lugar e passou a apresentar o programa “Discoteca do Ouvinte”, das 4 ás 5 da tarde. Zair foi o primeiro disc-jóquei de Brasília, colhendo grande sucesso. Lançou também o seu “Falando para o Brasil”, aos sábados, com uma hora de duração.
Aqui chegando em 1956, dois anos depois o médico Édson Porto mostrou suas qualidades no violino e no bandolim ao fazer parte da orquestra da emissora. Para desopilar o fígado, ainda apresentava um programa com sobre saúde e alimentação.
Mineiro de Araguari, formado na Faculdade Nacional de Medicina, escolheu a pediatria e iniciou a vida profissional em Goiânia. Dia 4 de dezembro de 1956 veio para Brasília. Caçula de 14 irmãos, Edson trabalhou duro , destacando-se, sendo nomeado diretor do primeiro hospital do Planalto Central, o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira, chamado pelos candangos de JKO, do Iapi, entre a Cidade Livre e a Candangolândia.
Topou o desafio e meteu a mão na massa. Logo de início, antes de o hospital ficar pronto, instalou num posto de atendimento médico – onde morava -, com sala de atendimento, o estoque de remédios e o quarto onde vivia, separados por biombos. As instalações sanitárias eram precárias. Na bagagem de Édson, soro antiofídico. pela incidência de casos de picada de cobra. Os casos mais graves eram encaminhados a Goiânia. Brigou, pateu pé, e conseguiu um pequeno avião, um Cessna, para levar pacientes mais graves à capital de Goiás.
Verificou ser preciso contratar mais ortopedistas, tantos eram os acidentes no trabalho. Além da medicina, onde espacializou-se em Clínica Geral, as artes atraiam o jovem médico. Seresteiro, participava das serestas no Catetinho, onde era comum a presença até do presidente JK. A paixão pela música foi tão grande que Édson Porto participou da fundação da orquestra Sinfônica de Brasília.