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Êmese de Pitiman, o neotucano, provoca náuseas nos eleitores

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Tem coisas tão estranhas que acontecem com reflexos no cotidiano coletivo que nem a medicina mais sofisticada é capaz de diagnosticar. Uma delas é conhecida como êmese. No dia a dia, esse efeito é comparado a uma repulsa espontânea, indesejada, inesperada, inadmissível.

É um efeito psicológico, naturalmente, quando ninguém espera estar por perto quando acontece. Mas acontece. Pelo menos em Brasília, onde tudo o que é inadmissível… acontece.

Às 20 horas da segunda-feira 26, no intervalo do Jornal Nacional (TV Globo), uma inserção partidária exibiu um comercial dantesco do PSDB. Nele aparecem o Agora Pitiman, Maria de Lourdes Abadia e uma claque de senhorinhas que ensaiam um jogral ao final digno de pena. Êmese.

A fala, o texto, a direção, são um ensaio amador que nem os internautas de 10 anos de idade seriam capazes de produzir com seus smartphones. Depois de uma apresentação do tipo o Acre é aqui, com pouca desenvoltura, o Agora Pitiman lidera a apresentação como dono das mulheres do PSDB. E as mulheres do PSDB, incluindo seu ícone maior, que é a governadora Abadia, parecem estar em um cárcere privado. Êmese.

Esse é o tom do cenário que Aécio Neves vai ganhar de presente na sua campanha no Distrito Federal. É um jogo financeiro aquilo que os brasilienses foram obrigados a assistir? A Justiça Eleitoral se presta a isso também. Aliás, a democracia é assim mesmo e tem gente que deita e rola. Às outras só resta êmese.

A guerra é milionária mas há muito blefe na mesa. O Agora Pitiman espalhou que tem 200 milhões de reais para levar seu pleito ao Palácio do Buriti. He, he, a última campanha presidencial custou pouco mais que isso. Efeito Petrobrás, deve ser, onde as contas têm pelo menos dez dígitos e o Agora Pitiman buscou isonomia.

O Aécio não dá muita importância para os votos no DF que representam muito pouco do eleitorado brasileiro. Na cabeça dele, se existe um doido que chegou ao controle do PSDB-DF, faz o que bem entende, é porque o partido de FHC em Brasília sempre foi uma merda. Sendo assim, é melhor que tenha um doidão, brother, por perto. Sabe lá… rola muita festinha por aqui.

Mas o importante é a situação de absoluto abandono da decência e do comprometimento dos candidatos com a sociedade. Êmese.

Tá bonita a festa, pá… vale tudo, não há limites, as pessoas são tratadas de forma desrespeitosa, ofensiva até. E ainda recebem o aval de figuras que foram referência de pioneirismo e honestidade, como Abadia.

As cenas apresentadas em horário nobre são lamentáveis. Para alguns, inacreditáveis. Embrulham o estômago. Se o Distrito Federal estiver a caminho de ser um curral ainda maior e pior, formato Acre do tempo do Agora Pitiman, então o Brasil chegou ao fim.

É melhor apagar a luz – já que vai faltar mesmo – recolher os sobreviventes depois de compulsivas reações e êmeses e tirar as famílias daqui.

Max de Quental

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