Delação premiada de Gim coloca a Lava Jato na cola de políticos de Brasília
Publicado
emMarta Nobre
Está em curso um desdobramento da Operação Lava Jato que mira especificamente políticos de Brasília. Os alvos da Polícia Federal e Ministério Público são parlamentares, ex-parlamentares e ex-candidatos beneficiados com recursos da UTC , dados a título de propina ao ex-senador Gim Argello, preso em Curitiba. A semana que se inicia promete mexer com peixes graúdos.
Depoimentos feitos por funcionários de Gim e servidores do PTB detalham quanto e para quem foram mais de 3 milhões de reais. O empresário Luiz Estevão, que cumpre pena de 30 anos na Papuda por desvio de dinheiro em obras da Justiça do Trabalho, e beneficiário do esquema, também terá de explicar os repasses feitos aos seus correligionários.
Embora mantenha os nomes em sigilo, a Polícia Federal admite que dois deputados distritais devem ser levados coercitivamente a prestar depoimento. Valério Neves, ex-secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara Legislativa, e Paulo Roxo, ex-tesoureiro da campanha de José Roberto Arruda, podem ser presos mais uma vez.
As ações que estão a caminho são baseadas em um acordo preliminar de delação premiada de Gim Argello. Se o que o ex-senador afirmou à Força Tarefa da Lava Jato tiver fundamento, ele pode ter uma pena reduzida quando for anunciada sua condenação pelo juiz Sérgio Moro. Além de políticos com e sem mandato, Gim teria citado nomes de empresários influentes de Brasília.