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Marco Maciel, governador, engoliu janeiro e perdeu o velho amigo Costa Porto

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José Escarlate

Marco Maciel e Walter Costa Porto eram amigos de infância. Desde os bancos escolares. Os dois foram acolhidos por grandes políticos, desde Etelvino Lins até Petrônio Portela.

Deixaram o Recife velho de guerra e sentaram praça em Brasília. Marco na presidência da Câmara, após alguns anos deputado federal. Costa Porto, chefiava o gabinete do ministro da Justiça.

Marco Maciel sonhava dirigir o seu Pernambuco. Mais modesto, Walter Costa Porto sonhava com a prefeitura do Recife. Fim do governo Geisel, Marco Maciel teve seu sonho realizado.

De olho comprido, Costa Porto ficou aguardando o chamado do velho amigo para comandar a capital. E toca a esperar. E Marco, calado. Passou tempo. Passou dezembro, chegou janeiro e um belo dia Marco Maciel ligou pelo telefone chamando Costa Porto.

”Quero que você seja o prefeito do Recife”. “Agora é tarde. Petrônio Portella me convidou para a Secretaria Geral do Ministério da Justiça e eu aceitei” – respondeu Costa Porto.

“Não faça isso – insistiu Maciel. Você sabia que eu iria convidá-lo”.

Costa Porto olhou dentro do olho de Maciel e detonou: “Marco, eu não sou homem de janeiro”. E desligou o telefone, colocando ponto final a uma amizade de 30 anos.

PV

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