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Bomba relógio acionada pode implodir negócio sujo do Na Hora no Riacho Fundo

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Bartô Granja

Há um jargão muito usado no campo jornalístico – bomba de efeito retardado –, para confirmar manobras erradas nos meio político, do Executivo e do Judiciário. Em nível nacional, o Brasil tem visto as consequências de uma dessas bombas detonadas por Sérgio Machado.

Mas há também aquelas bombas previamente anunciadas, acionadas em tempo determinado pelos ponteiros de um relógio. E é uma dessas – uma bomba relógio – que está prestes a explodir em Brasília. Mais precisamente no âmbito da Secretaria de Justiça.

A questão é grave. Diz respeito a uma inexplicável mudança de sede de um dos terminais do Na Hora, que estaria prestes a ser transferido do Riacho Fundo para Samambaia. Por trás da mudança estariam interesses escusos, envolvendo ao menos dois deputados distritais e a cúpula da Secretaria de Justiça do Governo de Brasília.

Pouca gente acredita que a mudança de sede será confirmada. Mas se o desejo desse grupo político for efetivado, será possível saber, por exemplo, que o Palácio do Buriti, que propaga diuturnamente que não tem dinheiro para nada, bancará um aluguel mensal 300 mil reais, contra os 60 mil pagos atualmente.

O imbróglio começou com a disposição da Secretaria de Justiça em lançar um chamamento na praça para locação de imóvel em Samambaia. O objeto do contrato, receber as instalações do Na Hora, hoje em pleno e satisfatório funcionamento no Riacho Fundo.

As suspeitas de que haveria algo de errado foram levantadas a partir do momento em que foi tornado público que o atual locador, ao ser consultado oficialmente, manifestou, também oficialmente, interesse em renovar o contrato do imóvel no Riacho Fundo. Apenas uma ressalva: reajuste no valor do aluguel, dentro dos índices oficiais.

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Porém – o que tem motivado reações de muita gente – desde a troca de correspondências, o assunto da renovação do contrato foi esquecido. Enquanto isso corria o processo de busca de um imóvel em Samambaia.

Entretanto – e aí surge mais uma pulga atrás da orelha – os comentários na própria Secretaria de Justiça são de que o ‘imóvel que se está procurando’, foi ‘localizado em tempo hábil’ em Samambaia. Ou seja, o ‘chamamento’ virou história da carochinha, uma vez que o prédio indicado numa suposta ação entre amigos já estaria definido.

O Na Hora do Riacho Fundo existe há seis anos. É lá, inclusive, que funciona a divisão da Polícia Federal encarregada da emissão de passaportes. E como a Polícia Federal é expert em desativar bombas, colocou um grupo em ação para tentar entender o que está acontecendo. Enquanto isso os ponteiros do relógio não param. Se é o que andam dizendo pelos corredores da Sejus, a polícia vai desvendar mais um caso de prevaricação envolvendo secretários de Estado e deputados distritais.

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