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Tráfico de influência

Palestras de Lula foram pagas com dinheiro do Petrolão

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Julia Affonso, Fausto Macedo, Ricardo Brandt e Fábio Fabrini

O Ministério Público Federal afirmou na denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que por atuar em favor dos interesses da empreiteira Odebrecht em Angola, o petista recebeu remuneração por palestras e “outras vantagens indiretas que incluíram pagamentos de despesas pessoais de seu irmão José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico”. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, a empreiteira teria pago R$ 10 mil em plano de saúde e outros R$ 10 mil em despesas de combustível.

Lula foi denunciado por quatro crimes – organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Além do petista, a Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou um sobrinho dele, o empresário Taiguara Rodrigues, o empreiteiro Marcelo Odebrecht – preso na Operação Lava Jato desde 19 de junho de 2015 – e ainda outros oito investigados na Operação Janus.

Taiguara é dono da Exergia Brasil, subcontratada pela Odebrecht para obras e ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola, em 2012. A empreiteiro teria contratado a Exergia em troca de suposto tráfico de influência exercido por Lula junto ao BNDES para liberação de quase R$ 1 bilhão.

“Como exemplos de contas que foram arcadas pelas empresas Exergia Brasil, a ação menciona mensalidades de plano de saúde e despesas com combustíveis (R$ 10 mil em plano de saúde, ao menos, e, pelo menos, R$ 10 mil em posto de combustível). Outros indícios de que os envolvidos agiram para ocultar a origem dos recursos foi a descoberta de inúmeros saques em espécie realizados pelos funcionários da Exergia Brasil (mais de R$ 1 milhão) e pela T7Quatro (mais de R$ 160 mil), ambas de Taiguara”, diz a Procuradoria.

Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente, já falecida. Morador de Santos, no litoral paulista, ele atuava no ramo de fechamento de varandas e viajou para Angola para começar seus negócios naquele país em 2007.

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