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Fundo Partidário

Ou mudamos algo ou precisaremos de mais dinheiro

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Daiene Cardoso e Igor Gadelha

Ao defender uma nova Reforma Política, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira, 20, que a medida vem para “refundar” o sistema eleitoral brasileiro e que algumas propostas poderão ser votadas neste ano. Maia enfatizou que a mudança é urgente porque, com os recursos do fundo partidário, não é possível financiar as eleições gerais de 2018.

“Ou nós vamos mudar o sistema ou escrevam aí: daqui a pouco vai se precisar de mais dinheiro público para financiar as eleições. Ninguém está se dando conta disso”, alertou.

Maia se reuniu de manhã com parlamentares para traçar as linhas gerais dos trabalhos da comissão especial criada para tratar do tema na Casa. Caberá à Câmara formular propostas que alterem o sistema eleitoral e o modo de financiamento de campanha. Também há proposta para a criação de uma “lei orgânica dos partidos”. O presidente da Câmara disse duvidar que o Senado retome o financiamento empresarial na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão naquela Casa.

O deputado pregou a redução dos custos de campanhas eleitorais e disse que com R$ 1 bilhão destinado anualmente ao fundo partidário, não é possível bancar eleição para presidência da República, governo estadual e legislativo. “Se não criarmos um modelo que seja mais legítimo e mais barato, vamos ter problemas daqui a dois anos”, observou.

A comissão especial na Câmara deve ser instalada na próxima semana. O presidente do colegiado será o peemedebista Lúcio Vieira Lima (BA) e o relator será o petista Vicente Cândido (SP).

Maia voltou a defender que o governo revele à população a herança de desequilíbrio fiscal deixada pelo governo anterior e o déficit crescente da Previdência. “Ninguém quer reformar (a Previdência) para tirar direito de ninguém, mas o que a gente não pode é mentir para a sociedade”, declarou o parlamentar, pregando coragem para enfrentar os problemas previdenciários.

O deputado citou como exemplo os servidores do Rio de Janeiro, que pagaram a aposentadoria e hoje o fundo de previdência do Estado não tem recursos para garantir os benefícios. “Não tenham dúvida: acontecerá a mesma coisa se ela (Previdência) não for reformada. Não é uma questão de querer, é uma questão de necessidade. O Brasil precisa reformar porque, neste modelo, a Previdência e o Estado brasileiro vão ficar insolventes. Essa que é a verdade”, insistiu.

O presidente da Câmara disse que as manifestações contrárias à reforma são legítimas, mas que os parlamentares não podem mentir para a população. “A Previdência é um déficit que não tem mais solução, já está dado. Defendo a Reforma da Previdência não porque eu acho que ela é boa, mas acho que ela é necessária”, destacou.

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