MP quer cabeças da ‘turma da propina’ da Câmara

Marta Nobre

A antiga Mesa Diretora da Câmara Legislativa – com exceção de Liliane Roriz, pivô de um dos maiores escândalos da política brasiliense – afastada e posteriormente reconduzida pelo Poder Judiciário – salvo Celina Leão -, está prestes a perder os cargos e os mandatos. É o que prevê o Ministério Público, que pediu o afastamento imediato, e perda dos mandatos, dos deputados.

Em entrevista à Imprensa, membros do MP denunciaram Celina Leão, Julio Cesar, Cristiano Araújo, Raimundo Ribeiro e Bispo Renato Andrade pelo crime de corrupção passiva. O grupo é acusado de receber propina em troca de emendas para ás áreas da educação e saúde.

Na eventualidade de o Tribunal de Justiça aceitar as denúncias e condenar os parlamentares, eles perderão os mandatos e correm o risco de passar mais de 20 anos na prisão.

Os deputados, claro, foram pegos de surpresa. A reação de Cristiano Araújo veio em meio de nota, onde afirma acreditar que a denúncia será rejeitada pela Justiça “em razão das fragilidades e incongruências apresentadas na fase de investigação”.

Celina Leão e Raimundo Ribeiro informaram que só vão se pronunciar após ler a íntegra da denúncia. A defesa de Bispo Renato Andrade também afirmou que não teve acesso à denúncia e criticou a condução do caso.

“Esse pedido cautelar sem que qualquer fato novo ocorresse, somado à entrevista coletiva, é demonstração inequívoca de que o MP quer pressionar o Poder Judiciário”, diz o advogado Ticiano Figueiredo. A defesa do deputado Julio Cesar disse lamentar “profundamente” a medida do MP.