Curta nossa página


Sanções

Vírus da corrupção afasta Odebrecht de muitos países

Publicado

Autor/Imagem:


Josette Goulart e Alexa Salomão

A divulgação de documentos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) que detalham o pagamento de propinas pela Odebrecht em 11 países, além do Brasil, provocou uma espécie de “efeito dominó” de sanções contra a empreiteira. Segundo as autoridades americanas, a construtora brasileira pagou US$ 788 milhões em propinas para representantes de governos em troca de contratos que lhe renderam lucro estimado em US$ 2,6 bilhões.

Segundo pessoas próximas à empresa, as obras no exterior são consideradas um trunfo de curto prazo, uma vez que os contratos estão assinados e a maioria dos financiamentos, liberada. Garantem geração de caixa, enquanto o grupo ganha tempo para se organizar no Brasil, onde a situação é mais frágil.

As reações internacionais, porém, reforçam uma divisão interna sobre o futuro da Odebrecht. Alguns executivos temem pelo risco de insolvência se os negócios encolherem no exterior. A dívida do grupo beira R$ 100 bilhões.

A maioria, porém, descarta o risco de um “efeito dominó” com perdas fatais, porque cada país vive uma realidade e há espaço para negociação com as autoridades locais. Na avaliação desses, o grupo sobrevive, ainda que menor. Pode vender ativos e conta com o apoio dos bancos, que esperam receber de volta os financiamentos que concederam.

Procurada, a Odebrecht disse em nota que reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça. “A empresa está implantando as melhores práticas de compliance, baseadas na ética, transparência e integridade.”

Reação – Após a publicação dos documentos pelo EUA, oito países anunciaram que iriam investigar o grupo: México, Peru, Equador, Argentina, Colômbia, Guatemala, República Dominicana e Panamá. Na sequência, vieram sanções concretas. O Equador é o terceiro país a adotar medidas oficiais contra a empresa. Na terça-feira da semana passada, o Panamá anunciou que a empresa não poderia participar de novas licitações. No país, a Odebrecht teria pago US$ 59 milhões em propina. Na quarta, foi a vez de o Peru comunicar que a empresa brasileira ficava impedida de entrar em novas licitações.

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.