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Centenária

A velha casa rústica que tem histórias para contar

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Marcelo Lima

Na entrada, uma porta de pinho de riga de 1905, arrematada pelos moradores da casa em um leilão, dá boas vindas aos visitantes. No centro do hall, uma bancada de marceneiro, que pertenceu ao pai do proprietário, ganha nova leitura adornada por uma caixa registradora (sim, elas ainda existem), repleta de suculentas. E a viagem no tempo está apenas começando.

“A princípio eles me pediram uma casa bem iluminada, com belas vistas da paisagem. Mas isso só em termos de arquitetura. Do ponto de vista conceitual, eles foram muito mais exigentes”, declara a arquiteta Heloisa Losi, autora do projeto desta casa de 500 m², localizada em Botucatu, interior de São Paulo.

Donos de um restaurante naturalista, que só trabalha com alimentos orgânicos, o casal de clientes manifestava uma consciência ecológica pouco comum. “Eles ansiavam por uma casa sustentável, atraente, mas que não perdesse a dimensão humana”, conta Heloisa, que tomou a topografia do terreno como ponto de partida de seu projeto.

Preocupação comum aos moradores e à arquiteta, a questão da sustentabilidade orientou a maioria das soluções de projeto. Do madeiramento do telhado aos assoalhos, todas as madeiras usadas são certificadas. Sem falar do sistema de captação que armazena a água das chuvas captadas dos telhados e a utiliza na manutenção de pisos e jardins.

Da mesma forma, para ampliar a circulação de ar – e restringir o uso de ar condicionado – além de telhados pronunciados, o projeto valorizou a ventilação cruzada. O mesmo acontecendo com a iluminação, já que, na maior parte do tempo, grandes e bem posicionadas aberturas garantem o fornecimento de luz.

Do ponto de vista construtivo, tijolos aparentes aparecem dentro e fora. Assim como ladrilhos hidráulicos. Mas dentro de uma lógica nada aleatória. “A alvenaria vem de uma casa demolida. Os ladrilhos foram produzidos sob encomenda. Isso imprime um tom de autenticidade, que vai além da simples opção estética”.

Por fim, nos interiores, que em boa medida sintetizam as questões do projeto, objetos de época como despertadores e caixas se integram naturalmente à decoração, lado a lado com peças de tiragem mais recente. “Ao mesmo tempo que contam a história da família, o simples fato de eles estarem ali e não terem sido simplesmente descartados já denota uma certa atitude sustentável”, argumenta a arquiteta. Não sem razão.

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