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Paes admite que Baía não estará limpa até as Olimpíadas

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou neste sábado que não será possível limpar a Baía de Guanabara até 2016, quando o local receberá as competições de vela durante as Olimpíadas. O Brasil havia assumido o compromisso de reduzir a poluição da baía em 80% até o evento.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, Paes lamentou a oportunidade perdida, mas disse que a poluição não representa um risco para a saúde dos atletas. Segundo ele, as provas ocorrerão em partes menos poluídas da Guanabara.

“Lamento que nós não tenhamos usado os Jogos para limpar completamente a Baía de Guanabara”, disse.

Questionado se o governo seria moralmente ou legalmente responsável caso atletas ficassem doentes, ele respondeu:

“Claro, eu acho que é nossa responsabilidade”.

Velejadores olímpicos que visitaram o Rio de Janeiro descreveram a baía como um esgoto a céu aberto, como reportou recentemente o jornal americano The New York Times. Muitos na cidade estavam céticos desde o início sobre o compromisso de limpar a baía, depois de décadas de promessas não cumpridas de despoluir as águas da Guanabara.

O governo do Estado do Rio de Janeiro é o principal responsável pela despoluição e tratamento de esgoto. Em nota enviada à BBC Brasil em maio, a Secretaria estadual do Ambiente havia dito que o governo conseguiria cumprir o objetivo estabelecido para as Olimpíadas.

“Assim, com a implantação das UTRs [Unidades de Tratamento de Rio] e outras ações, conseguiremos atingir a meta de sanear 80% da Baía de Guanabara para os Jogos”.

O Grande Rio tem uma população de cerca de 10 milhões de pessoas e milhões de litros de esgoto sem tratamento são despejados na baía todos os dias. A maioria das pessoas evita se banhar nas praias poluídas no interior da baía.

Apesar de muitos dos investimentos previstos para os grande eventos não terem saído do papel, Paes insistiu que brasileiros e cariocas terão um importante legado tanto da Copa do Mundo, que começa nesta quinta-feira, quanto dos Jogos Olímpicos.

“As pessoas não vão acreditar em tudo o que dizemos. Acho que temos um problema com desconfiança. Este é um problema que enfrentamos a partir de nossa história. Há muita desconfiança em nossa capacidade de entregar as coisas”, concluiu.

 

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