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Celina x Rollemberg

Saindo da Defesa para o ataque. Alvo é a bandidagem

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Bartô Granja e Josiel Ferreira

A especialidade dele é a inteligência e segurança na área policial. Seu nome é Marcello de Oliveira Lopes. Cedido ao Ministério da Defesa, acaba de pedir exoneração, após ser envolvido em uma polêmica onde serviu de boi de piranha.

Volta às origens nesta segunda, 13, na polícia hoje dirigida por Eric Seba. E se a ordem, na área da segurança, é acabar com a bandidagem, ninguém melhor do que esse agente da Polícia Civil para sair das trincheiras e acertar os alvos.

Marcello foi procurado por muitos jornalistas ao longo dos últimos dias, para dar entrevista sobre o imbróglio Celina Leão x Rodrigo Rollemberg. Velhos companheiros aconselharam a que ficasse na retaguarda. Neste domingo, porém, cedeu ao pedido de Notibras para uma conversa informal.

Do que se falou, uma parte você pode ler a seguir.

O que motivou sua saída do Ministério da Defesa?
– Confesso que fui pego de surpresa com os últimos acontecimentos. E para evitar constrangimentos na Casa onde fui tão bem recebido, tomei a iniciativa de pedir exoneração, em caráter irrevogável.

Que acontecimentos são esses?
– Ora, as matérias que tentaram associar minha imagem a questões políticas supostamente envolvendo o governador Rodrigo Rollemberg e a deputada Celina Leão. No todo que se disse a meu respeito, não há nenhum fundamento. Porém, por razões que não controlo, meu nome foi usado para prejudicar pessoas que aprendi a admirar.

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A imprensa divulgou inverdades?
A postura apresentada no Correio não é só divergente da verdade, como está em total confronto com o que conheço do Ministério da Defesa e, em especial, desta gestão. Todos os membros das Forças Armadas sempre me trataram com carinho e respeito, sendo a recíproca verdadeira. Das mais altas autoridades, como o general Silva e Luna, dos soldados e funcionárias que controlam o acesso ao prédio. Aprendi a admirar e respeitar todos eles.

Então, como explicar o que aconteceu?
– Não entendo onde o exercício das minhas responsabilidades traria qualquer desconforto para qualquer militar ou civil. Sempre usei minhas possibilidades e capacidades para promover as forças e o trabalho do Mistério da Defesa. De toda sorte, não tinha como aceitar que meu nome fosse utilizado para denegrir não só a figura do ministro, como a verdade que cerca o trabalho de técnicos, civis e militares, que tocam o dia-a-dia daquela Pasta, órgão que ostenta respeito que a população brasileira tem pelas nossas forças e o cuidado com o qual elas sempre tiveram com o País.

Enquanto policial você sentiu o golpe?
– Homens e mulheres, por seu profissionalismo, devem ser respeitados. Não poderia aceitar meu nome sendo usado como uma ferramenta para desestabilizar e difamar o que deve ser uma família unida, ou seja, o Ministério da Defesa e o conjunto das Forças Armadas. Fiquei chateado por ver suspenso o trabalho que estava desenvolvendo. Mas não fiquei abalado. Meu passado é respeitado. Meu passado é de elogios na ficha funcional e nunca respondi a nenhum processo criminal. Só a título de recordação, quero lembrar que prestei depoimento na CPI Monte Carlo, como testemunha de Agnelo Queiroz, e todo o processo foi arquivado. Como se vê, a mentira jamais vai perseverar. Infelizmente, por vezes, o mal, para ser integralmente combatido, exige o sacrifício de alguns.

Tentaram desqualificar a Polícia Civil, ou o cargo de agente policial, com ataques a você?
– Deixei o Ministério entristecido, mas de cabeça erguida, e retorno aos quadros da Polícia Civil. É minha casa, companheira em armas das Forças Armadas do Brasil. Nós, da polícia, assim como os soldados, estamos dispostos a dar nossa vida pelo país. O fato de ser policial, não significa que não deva nem possa trabalhar para as Forças Armadas. Principalmente quando se é capacitado. Basta lembrar que um policial civil precisa ser bacharel, e ter as mãos e mente limpa. Não nos subordinamos a intrigas meramente políticas.

Qual o cargo que você ocupava no Ministério da Defesa?
– Eu era chefe de gabinete do Instituto Pandiá Calógeras, um centro de pesquisas de assessoria direta ao ministro. Sua missão é produzir análises, promover o diálogo e estimular a produção de conhecimentos sobre temas de interesse da defesa nacional.

Você pode destacar alguma atividade específica, ou era um mero burocrata?
– Absolutamente. Surpreende-me essa discriminação, porque servidor público não é burocrata. Mas, vamos lá. Avançamos, por exemplo, na transformação do Pandiá Calógeras em um Instituto Brasileiro de Estudos em Defesa-IBED. Ao lado disso, deixamos praticamente pronto um posicionamento para a sociedade brasileira, a ser difundido nas redes sociais, sobre o sentido de segurança, no sentido de uma cultura de defesa. Acredito mesmo, que será um marco primordial nesse campo.

E a Celina, onde fica nisso tudo?
– Tenho carinho, respeito e amizade pela deputada Celina Leão. Não é pelo fato de uma pessoa estar sendo investigada (Operação Drácon), que os amigos devem virar as costas. Houve um momento em que a deputada, temendo ser chantageada, pediu minha ajuda. Estive com ela não como policial. Até porque, a Constituição, em linhas gerais, diz o seguinte: em caso de flagrante delito, é obrigação e dever do policial, e de qualquer cidadão, dar ordem de prisão ao suspeito.

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O propósito dela não seria o de usar seus conhecimentos em detrimento dos interesses do governador?
– Absolutamente. A deputada, pelo que conheço dela, jamais seria leviana para chegar a esse ponto. Posso asseverar que a deputada em momento algum agiu no sentido de tentar obstruir as investigações da Operação Drácon. Mesmo porque, como parlamentar e cidadã, ela respeita a Justiça e o Ministério Público e os demais poderes constituídos.

E o Eric Seba, você está pronto para levar um puxão de orelhas (risos)?
– O diretor-geral da Polícia Civil sempre foi respeitoso e respeitador. Atende a liturgia do cargo. Mas, como todo ser humano, tem seus rompantes, mesmo a gente sabendo que são momentos atemporais. Posso garantir que o delegado Eric Seba sempre teve uma relação de amizade com a deputada, como tem comigo, e mais dia, menos dia, tudo ficará no passado. Quanto ao puxão de orelhas, não creio que o doutor Seba tenha interesse nisso. Porque o interesse dele, na verdade, é o de buscar, como eu também o faço, um clima de paz, harmonia e segurança para a sociedade.

Podemos entender que todo esse imbróglio está encerrado?
– Eu gosto das coisas justas. E por ser temente a Deus, gostaria de lembrar que quando o ímpio governa, o povo geme. Mas quando o justo governa, reina a paz.

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