Prática reinante
Odebrecht diz a Moro que Caixa 2 sempre existiu
Publicado
emMarta Nobre, Edição
O Caixa 2 (nas campanhas eleitorais) sempre existiu. Era e talvez ainda seja um modelo reinante. A declaração foi feita ao juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação lava Jato, por Emílio Odebrecht, patriarca da família que tem um dos maiores grupos empresariais do País.
Moro, porém, determinou que os depoimentos de Odebrecht e de Márcio Faria, executivo da empresa, fossem mantidos em sigilo. A decisão atende a pedido da defesa de Emilio Odebrecht. Os dois prestaram depoimento por videoconferência na Justiça Federal, em São Paulo.
Ligados à cúpula da empreiteira, Emílio e Márcio falaram em ação penal da Lava Jato na qual o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) é acusado de atuar para favorecer os interesses da Odebrecht junto ao governo federal na contratação de sondas de exploração do pré-sal com a Petrobras.
“O Juízo decidiu colher os depoimentos, mas manter o sigilo sobre eles até nova deliberação ou até o levantamento do sigilo pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, seguindo, neste ponto, decisão recente tomada pelo ministro Herman Benjamim no Tribunal Superior Eleitoral. Assim, deverá a Secretaria juntar os áudios e vídeos dos depoimentos das testemunhas Emílio Alves Odebrecht e Márcio Faria da Silva, com sigilo nível 2, sendo dada permissão de acesso apenas as partes destes autos. Os argumentos das partes estão melhor detalhados no áudio do depoimento de Emílio Odebrecht”, afirmou o magistrado.