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Contas atrasadas

Índice de brasileiros com a corda no pescoço vai a 58%

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Vinicius Neder

O porcentual de famílias endividadas em todo o País alcançou 57,9% em março, alta de 1,7 ponto porcentual em comparação com fevereiro, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar nesta terça-feira, 28, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Na comparação com março de 2016, o nível de endividamento caiu 2,4 pontos porcentuais, ante os 60,3% registrados ano passado. Em nota, Marianne Hanson, economista da CNC, diz que essa queda “indica um ritmo ainda fraco de concessão de empréstimos e financiamentos para as famílias”.

Também houve aumento na proporção de famílias que se declararam “muito endividadas”, segundo a CNC. De fevereiro para março, o porcentual subiu de 14% para 14,2% do total de famílias. Na comparação anual, entretanto, houve queda de 0,1 ponto porcentual.

A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou de 23% em fevereiro para 23,7% em março. Em igual mês do ano passado, esse indicador estava em 23,5%. A parcela de famílias que disseram que não terão como pagar as dívidas e que, portanto, permanecerão inadimplentes aumentou em ambas as bases de comparação. Alcançou 9,9% em março de 2017 ante 9,8% em fevereiro e 8,3% em março de 2016. “Esse é o maior patamar do indicador desde janeiro de 2010, quando estava em 10,2%”, diz a nota da CNC.

O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,8 dias em março de 2017, acima dos 62,6 dias de março de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,8% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre os que se disseram endividados, 22% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Ainda entre os endividados, a parcela média da renda comprometida com dívidas ficou em 30,2% em março, ante 31,1% em igual período do ano passado.

Para 76,6% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito foi a principal modalidade de financiamento, seguido de carnês (15,1%) e, em terceiro, financiamento de carro (10,2%). Essa composição se manteve em relação a edições anteriores da Peic.

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