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Caos estadual

Crise política no Rio aponta para uma falência anunciada

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Mergulhado em caos econômico, político e social, o Rio tenta entender como chegou à maior crise de sua história. O rombo do Estado neste ano, de R$ 22 bilhões, é resultado de uma combinação que inclui recessão econômica, apagão da indústria de óleo e gás em decorrência dos problemas na Petrobrás, queda da arrecadação e déficit previdenciário.

“A situação é falimentar”, diz o secretário da Fazenda, Gustavo Barbosa. A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) prevê que, nas bases atuais, o Rio voltará a arrecadar mais do que gasta somente em 2029. Apenas em 2038 o Estado será capaz de pagar, integralmente, os juros e a amortização da dívida com a União.

A corrupção disseminada por toda a administração agravou o quadro e acabou por levar à prisão um ex-governador, ex-secretários e cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas.

O procurador da República Sérgio Pinel, da força-tarefa da Lava Jato no Estado, diz que os desvios atribuídos pelas investigações ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e seu grupo político ajudaram a piorar a situação. “Quando você tem o Estado governado por pessoas que se pautavam por interesses particulares, isso acaba ensejando opções políticas que não são as melhores para a sociedade.”

Hoje falta dinheiro para o pagamento de salários dos servidores, para a distribuição de remédios na rede pública de saúde e até para o abastecimento de viaturas da polícia. Investimentos novos, nem pensar. E programas que foram vitrines, como as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), estão à beira do colapso.

O descalabro do Rio expõe de forma mais aguda o desarranjo que atinge do setor público em quase todo o País, resultado principalmente de inépcia administrativa e profundo despreso pela seriedade no trato das contas públicas.

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