Prefeitura do Rio descumpre novo acordo com os professores
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emA Prefeitura do Rio de Janeiro quer obrigar novamente os professores da rede pública municipal de ensino a usar os polêmicos cadernos pedagógicos, que no ano passado, conforme denúncias da categoria, apresentaram erros de geografia, sobre o corpo humano e propaganda do Governo Eduardo Paes (PMDB). Para se mobilizar contra este novo descumprimento do acordo que foi firmado entre o segmento e a Prefeitura após a greve do ano passado, o Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe-RJ) se reúne este sábado.
Em seu site, o Sepe alerta aos professores para que estes digam não às tentativas da Secretaria Municipal de Educação (SME) de obrigar os profissionais à utilizarem os cadernos pedagógicos em sala de aula. A deliberação tirada em assembleias no ano passado visa garantir a autonomia pedagógica dos professores quanto à escolha do material pedagógico a ser usado.
“O acordo com a SME dizia que os professores poderiam ter o direito de escolher o material didático a ser usado. Porém, este ano chegaram os cadernos de revisão aos professores, elaborado pela SME. O prometido é que seriam distribuídas listas para a categoria escolher os materiais a serem usados em aulas. Nenhuma lista chegou às escolas e as aulas começaram no último dia 3”, denunciou Suzana Gutierrez, coordenadora do Sepe do Rio.
Segundo Suzana, os cadernos pedagógicos foram elaborados pelas fundações Roberto Marinho e Ayrton Senna, dentro dos projetos Autonomia Carioca e Acelera, respectivamente. “São programas de reforço para alunos que não passaram do 3º ano do Ensino Fundamental. Integram as turmas de projetos, que não estão incluídas nas estatísticas de repetência. Isso é uma maquiagem para camuflar os índices de repetentes na rede pública municipal. O método pedagógico é questionável. Uma espécie de aprovação automática disfarçada”, apontou a coordenadora.
O Sepe ainda acusa a Secretaria de obrigar os alunos a assistirem às aulas em salas que são verdadeiros “fornos” em dias de forte calor. “A Prefeitura prometeu climatizar todas as salas de aula e até agora, das 1.400 unidades escolares, apenas pouco mais de 300 foram climatizadas. Além disso, os professores ainda não receberam o 1/3 do planejamento prometido pela SME, conforme determina lei federal de 2008”, acusou Suzana.