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Planeta Nove

Nação Zumbi e Baiana System, o sucesso sem ensaio

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Julianna Granjeia

Pela primeira vez juntos em um festival, duas bandas de fora do eixo SP-RJ prometem guitarras e sotaques unidos em um mesmo grito no Festival Planeta Nove, neste sábado, 13, no Audio Club, em São Paulo.

Sem tempo para ensaiar juntos, Nação Zumbi e Baiana System fazem shows separados na mesma noite, mas prometem tocar alguns hits juntos. “Vai ser histórico, mas só vamos produzir isso no dia da festa. Quando caiu a ficha do que representa essa união de Pernambuco e da Bahia em um palco em São Paulo, ficamos muito felizes”, conta Russo Passapusso, líder do Baiana.

“O Baiana está para a Bahia como o Nação está para Pernambuco, é um grito atual de toda uma cultura. O Russo é um cara novo com visão e ouvido bom, que trabalha bem com novas tecnologias”, responde, do outro lado da linha, Jorge Du Peixe, do Nação.

Russo diz que Baiana bebe muito do manguebeat, além da cultura regional baiana. Além da musicalidade em comum, as duas bandas reconhecem outra similaridade: o público.

“Nosso público se renova e está sempre atento. Nosso país passa por uma maré que ou piora de vez ou melhora. Temos o grito do cidadão nos nossos shows”, relata Jorge.

“No Baiana, nós vemos o homem como fruto do meio, então acabamos absorvendo os gritos que ouvimos pela janela, pela feira, pelo ambiente que passamos. Não achamos que toda banda tem que ter um processo político, mas temos o entendimento do meio que vivemos”, explica Russo.

E, ouvindo o grito do meio em que vivem, as duas bandas têm novidades em vista. Nação lança em breve um álbum que define como frescor em meio ao turbilhão: uma coletânea com regravações de, entre outros, Roberto Carlos e Gilberto Gil. Mas prometem um disco novo autoral para o ano que vem.

Já o Baiana System tem experimentado sonoridades diferentes com maestro Bira Marques, que participou da transição do samba-reggae para a música eletrônica e dos blocos afros. Mas ainda não há um prazo para o lançamento do novo trabalho.

“Nós fazemos dentro da nossa estrutura de reconhecimento de rock, da herança do nosso frevo, que foi ficando mais pesado. Foi uma catarse interna. Agora, depois da explosão, estamos indo para implosão. Fazendo o experimento de olhar pra dentro, uma coisa mais espiritual”, revela ainda Russo.

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