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Jovens

Futuro profissional aflige a maioria dos empreendedores

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Bartô Granja

A nova geração profissional, na faixa dos 30 anos, chegou ao mercado de trabalho com ambições e habilidades bem diferentes dos seus antecessores. Eles têm pressa, querem viver o hoje como se não houvesse amanhã. Crescimento contínuo, aprendizado acelerado e um tal de propósito viraram itens básicos, mais valorizados até do que os planos de benefícios.

Por outro lado, empresas tentaram se adequar às pressas, maquiando locais de trabalho e processos para que a flexibilidade exigida por muitos parecesse existir. Mas em muitos casos, a liberdade de trabalho foi substituída por e-mails, viagens e reuniões aos finais de semana e os bônus e reajustes salariais trocados por snacks e máquinas de café durante o expediente.

Aos poucos, muitos profissionais percebem que a conta corporativa não fecha.

Ser feliz apenas aos finais de semana, trabalhar por dinheiro e não por satisfação, não saber – ou não poder – monetizar o seu sonho e viver fazendo o que ama, não ter tempo pra família, saúde e qualidade de vida são itens que estão sendo questionados

Neste cenário, surgem os inquietos, pessoas que fogem do padrão de conformismo, que não aceitam as regras e modelos de sucesso estabelecidas pela sociedade, que jogam tudo para cima ou migram entre uma profissão e outra, em busca desse algo a mais.

Claro que muitas vezes, a decisão é apoiada e incentivada pela família, que deu duro para manter o padrão familiar e educar os filhos em boas escolas, mas também vemos muitas pessoas que simplesmente não fazem questão de seguir os padrões do que a sociedade dita como “a melhor escolha”: pessoas que optam por não ter carro ou casa própria, aderem à um estilo de vida mais simples e consciente e que se preocupam muito mais com o ser do que com o ter.

“Nos ensinaram que pra ter sucesso é necessário trabalhar duro, muitas vezes estar longe ou ausente da família, como nossos pais fizeram, e abdicar da vida pessoal e do que nos faz feliz, focando 100% no trabalho. Hoje, enxergamos que o caminho para ter satisfação em qualquer coisa que a gente faça é viver o hoje, aproveitar mais o agora e ter clareza sobre quem somos e o que queremos da vida. E para isso não existem modelos prontos, precisamos reinventar o trabalho e a forma como nos relacionamos com a carreira, com o sucesso, com a vida” diz a coach e especialista em carreiras e psicologia positiva, Lilian Sanches.

E as pesquisas sobre psicologia positiva já mostram que se preocupar consigo não é egoísmo. As pessoas que mais tem capacidade, financeira e psicológica, para ajudar os outros é quem está bem de verdade. Assim, elas entregam ao mundo o seu melhor, como uma compensação pelas coisas boas que vivenciam, gerando um impacto positivo em suas ações e relações.

“Quando você começa a se levar a sério, quando olha para o que realmente impacta em sua vida, quando potencializa quem você é e respeita a sua essência, você começa a realizar tudo o que sonha, vibra, deseja. Pra você e para quem está à sua volta. Tudo começa a dar certo e fluir.” diz Lilian Sanches.

A maior barreira para que as mudanças ocorram não é a falta de oportunidades e sim o medo da mudança. O medo prende as pessoas, faz com que elas resistam às mudanças e fiquem presos à padrões, que muitas vezes já não servem mais.

“E quem disse que para mudar precisamos mudar tudo de uma única vez? Normalmente mudamos quando algo chega no limite. Esperamos demais e quando vemos não dá mais tempo de agir com calma, com leveza. E isso pode ser um desastre”, alerta a especialista.

Ela também cita quais os principais sinais de que a carreira não vai bem:

Tristeza aos domingos
Sexta-feira é o dia feliz. Mas tudo é melhor do que trabalhar, inclusive ficar doente!
A vida está chata, sem graça e você reclama de tudo.
No trabalho, tudo o que você gosta de fazer não tem relação nenhuma com o trabalho em si
Busca por emprego ou oportunidades de empreender, com risco de ir para algo pior
Saúde, qualidade de vida, amigos e familiares não são prioridade

Para Lilian, é preciso reconstruir os conceitos, mas de forma autêntica: da sua forma, alinhado à sua essência, valores, ambições, alinhado com o que a pessoa espera da vida. “Medos e barreiras precisam ficar de lado. Só assim é possível colher os frutos que almejamos”, conclui.

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