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Inadimplência

Conversa é um bom começo para quem quer sair da crise

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Carolina Paiva, Edição

A atividade econômica enfraquecida, aliada à perda de renda das famílias e ao aumento do desemprego são fatores que têm contribuído para o crescimento do número de inadimplentes no País. Segundo estimativa da SerasaConsumidor, são cerca de 60 milhões de brasileiros com dívidas atrasadas, somando R$ 270 bilhões.

De acordo com o advogado Arthur Ongaro, toda a turbulência econômica e política que vem se arrastando fez a situação financeira de muitas famílias piorar, gerando inadimplência em diversos setores.

“Apesar de a demanda de empresas por serviços de cobrança ter aumentado, a possibilidade de negociação com o credor é sempre possível”, diz. Ongaro explica que geralmente os credores têm interesse em renegociar as dívidas e que cada caso é analisado individualmente.

“Um trabalho de conscientização do cliente que está devendo, sempre é a melhor solução para ambas as partes, sendo possível dilatar o prazo para pagamento da dívida (resultando em parcelas menores), além da própria renegociação do saldo devedor, por exemplo. É sempre recomendável que o devedor converse com o credor antes de ter um título protestado”, afirma.

O ideal, sugere, é não esperar ficar com o nome “sujo” para renegociar. “Quando uma empresa protesta um título, significa que ela registrou em um cartório de protesto que não recebeu o dinheiro que tinha direito e ao protestar um título (como nota promissória, contrato, cheque ou duplicata), a empresa notifica que o pagamento de uma dívida e o devedor fica com o nome “sujo”.

O advogado esclarece que o protesto é um ato formal que prova a inadimplência e o descumprimento de uma obrigação gerada em títulos, ou outros documentos de dívida. “Se o título venceu e a empresa credora possui a documentação exigida, é possível fazer o protesto imediatamente”, finaliza.

Dicas para negociar dívidas

1 – Calcule o tamanho da dívida: muitas vezes o devedor acha que não conseguirá resolver sua situação, o que não é verdade. Com planejamento isso é possível, sim, e o primeiro passo é saber a soma total das dívidas

2 – Analise quanto pode pagar por mês: sabendo quanto deve, reestruture suas finanças, colocando tudo no papel. Depois disso você saberá exatamente quanto e quando será possível fazer a proposta ao credor. Não se esqueça de calcular despesas com imprevistos (como médico, dentista, remédios, etc.)

3 – Contate a empresa para a qual está devendo: ao contatar a empresa, procure pelo setor responsável por negociações. Esclareça sua situação e proponha um plano de pagamento (parcela e prazo)

4- Negocie prazo, mora e juros: se o devedor tem mais de uma dívida é importante saber o valor total devido, isso para avaliar se há uma linha de crédito no mercado que tenha juros mais baixos, pois às vezes vale a pena fazer uma nova dívida (mais barata) e liquidar todo o restante.

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