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Tom duro

Gilmar aponta absurdos do MP e vê Estado policialesco

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Rafael Moraes Moura e Breno Pires

Em um voto contundente pontuado com críticas à atuação do Ministério Público, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira, 28, que há uma ameaça de Estado policial no País.

“Há uma ameaça sim, verdadeira, abusiva, que vilipendia a dignidade da Corte. E não venham dizer que a Corte deve lealdade ao Ministério Público. A Corte deve lealdade à Constituição”, disse Gilmar Mendes, que defendeu a colocação de “limites” em absurdos.

“Um sistema que oferece vantagens sem medida propicia a corrupção dos imputados, incentivados a delatar não apenas a verdade, mas o que for mais solicitado pelos investigadores. Todos sabem que isso está ocorrendo. Não há controle sobre isso. Também incentivaria a corrupção em sentido amplo dos próprios agentes públicos, que teriam a alternativa de usar a investigação para quaisquer propósitos pessoais”, criticou o ministro.

Para Gilmar Mendes, “é muito fácil abrir inquérito, o difícil é fechar”.

Peregrinação – Ao comentar o processo de indicação dos ministros do STF, Gilmar dirigiu-se aos colegas: “Poucos aqui podem dizer que não fizeram peregrinação política para serem indicados”.

“Eu até poderia dizê-lo, mas não vou satanizar um colega que teve de fazer”, continuou, sem citar nomes.

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