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Médicos que ficam

Cubano adora o Brasil. Pois é; salário de lá é de 90 reais

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Marta Nobre, Edição

A cada dia mais médicos cubanos, que vieram ao Brasil para compor um programa do Ministério da Saúde, ficam por aqui ao término do contrato. Quando isso acontece, esses profissionais são condenados a viver no exílio. É que o regime de Cuba não permite a volta, ao menos por um período nunca inferior a oito anos, a ima categoria que o regime castrista considera de traidora da pátria.

Quem resolve ficar, tem argumentos convincentes. Afinal, o salário médio mensal em Cuba em 2016 foi de 740 pesos cubanos (CUP), equivalentes a pouco mais de US$ 29, segundo a publicação Salário Médio em Cifras 2016, divulgada nesta quinta (29) no site do Escritório Nacional de Estatística e Informação da ilha. Isso representa pouco mais de 90 reais, na conversão do dólar para o real em valores atuais.

A entidade calcula o salário médio mensal por províncias desde 2007 e o salário médio mensal por categoria de atividade econômica desde 2014. A informação é da agência EFE.

Segundo os dados, o salário cubano aumenta em setores como o açucareiro, o mais bem pago do país, com salários médios de 1.246 CUP (US$ 49,8), e cai nos de administração pública, defesa e previdência social, com 510 CUP (US$ 20,4). Conforme o relatório, o salário médio cubano passou de 408 CUP (US$ 16,3) em 2007 para 740 CUP (US$29,6) em 2016.

Na relação por províncias, as que têm melhores salários são Ciego de Ávila (816 CUP/US$ 32,6), Villa Clara (808 CUP/US$ 32,3) e Matanzas (806 CUP/US$ 32,2), enquanto que os salários mais baixos são recebidos em Guantánamo (633 CUP/US$ 25,3), Isla de la Juventud (655 CUP/US$ 26,2) e Santiago de Cuba (657 CUP/US$ 26,2).

Os setores mais bem pagos na ilha são os da indústria açucareira (1.246 CUP/US$ 49,8), da exploração de minas (1.218 CUP/US$ 48,7), da intermediação financeira (1.032 CUP/US$ 41,2) e de agricultura, gado, silvicultura e pesca (991 CUP/US$ 39,6).

Críticas – Os baixos salários que a ilha socialista paga aos seus funcionários estatais frente ao elevado custo dos produtos básicos na ilha, que importa 80% dos alimentos que requer, são objeto constante de críticas por parte de organizações internacionais e também de movimentos opositores.

A situação é minorada pelo fato que saúde e a educação são de acesso universal e gratuito em Cuba e os seus cidadãos recebem alguns alimentos básicos do Estado por meio de uma “caderneta de abastecimento”.

Mas essa caderneta, que há décadas chegou a cobrir grande parte das necessidades da população – inclusive de roupas, sapatos e brinquedos infantis -, foi reduzindo a quantidade e tipos de produtos subsidiados.

Atualmente, um cubano adulto recebe por mês aproximadamente três quilos de arroz, dois de açúcar, meio litro de óleo de soja, um pacote de café misturado, um pacote de massa, cinco ovos e pequenas quantidades de carne de frango. As crianças também têm direito a um litro diário de leite até que completem sete anos.

Em 2011, o presidente cubano, Raúl Castro, aprovou a autorização de novas categorias de trabalho por conta própria como umas das medidas para compensar a progressiva redução de 500 mil postos de trabalho do setor estatal.

Outra das principais distorções na economia cubana é a circulação simultânea de duas moedas: a moeda nacional, que é o peso cubano (CUP), e o peso conversível em moeda (CUC), com um valor artificial equivalente ao dólar e que, segundo a taxa oficial de câmbio, equivale a 25 CUP.

O governo cubano reconheceu a necessidade de unificar as duas moedas, mas, por enquanto, a medida segue pendente.

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