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Vem mais bomba

Temer trava batalha com aliados para ficar no Poder

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Cláudio Coletti

O presidente Michel Temer desenvolve uma corrida desesperada e complicada para, na Câmara dos Deputados, derrubar o pedido de autorização da Procuradoria-Geral da República para o Supremo Tribunal Federal processá-lo pelo crime de corrupção passiva.

É uma luta pela sua própria sobrevivência política. Essa labuta decorre das delações premiadas do empresário Joelson Batista, dono do grupo JBS, o maior produtor de alimentação do Brasil e um dos maiores do mundo.

A luta de Michel Temer é para colocar um fim, o mais rápido possível, a essa agenda indigesta, que alimenta diariamente as primeiras páginas da imprensa e o apetite dos petistas que ainda não digeriram o ato de defenestrar Dilma Rousseff da Presidência da República. Quanto mais o tema ficar exposto, mais se desgasta a imagem do Presidente, junto à sociedade brasileira.

A estratégia do Palácio do Planalto é reduzir ao máximo o prazo reservado para a defesa de Temer, e convencer os deputados a suspenderem o recesso do meio do ano previsto para iniciar no dia 18 próximo.

O presidente Michel Temer tem prazo de até 10 sessões plenárias da Câmara para apresentar a sua defesa, na Comissão de Constituição e Justiça. Neste colegiado, o relator do processo, deputado Sergio Zveiter terá prazo de 5 sessões para apresentar seu parecer que poderá ser favorável ou contra o presidente. Qualquer que seja essa decisão, ela irá a analise e votação no plenário da Câmara.

Serão necessários 342 votos dos 513 deputados para abertura do processo. Com 172 votos a seu favor, Temer manda para o arquivo a proposta da PGR. Do contrário, renunciar será de bom senso. Ele e seus aliados mais próximos estão otimistas quanto a esse resultado. Argumentam que a base aliada é composta de 290 parlamentares.

Vitorioso nessa batalha, o presidente tem a expectativa de que o procurador-geral, Rodrigo Janot, pedirá à Suprema Corte a abertura de dois outros inquéritos contra ele. Será por obstrução de Justiça e organização criminosa. A dor de cabeça de Temer será a mesma que ocorreu no primeiro processo.

Para ter êxito nas investidas da PGR, o presidente Temer indica que abrirá o cofre do Tesouro Nacional e gastará tinta de sua caneta para liberar o pagamento milionário de emendas parlamentares e nomear pelo país afora. O temor é que esta estratégia de bondades do presidente jogará por terra o tão esperado ajuste fiscal.

Antes de iniciar a primeira batalha (crime de corrupção passiva), um expressivo grupo de deputados aliados tem uma exigência: querem o compromisso do Palácio do Planalto de que não haverá aumento de impostos. Afinal, não dá para salvar Temer da guilhotina e logo depois ir contra a sociedade no que ela menos quer elevação de impostos. Todos os parlamentares pretendem se reeleger em 2018.

O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), tomou todos os cuidados para que tudo dê certo durante a tramitação do processo contra Temer, tanto na CCJ como no plenário. Manteve encontro com ao presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, para acertar todos os detalhes dessa tramitação, e pretende evitar recursos, posteriormente.

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