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Um almoço

Presidente reúne juristas amigos para discutir crise política

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Valmar Hupsel Filho e Carla Araújo

Depois de conseguir derrubar o parecer favorável ao acolhimento da denúncia da qual é alvo, o presidente Michel Temer buscou conforto nos velhos amigos, todos com notório conhecimento jurídico. O peemedebista almoçou nesta sexta-feira, 14, em São Paulo, com antigos companheiros e ouviu deles a avaliação de que a manobra na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aumentou suas chances de escapar da denúncia por corrupção oferecida pela Procuradoria-Geral da República.

O advogado de Temer, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, estava presente no encontro que aconteceu no restaurante Parigi, no bairro do Itaim Bibi, entre 13 e 15 horas. Também participaram os desembargadores Xavier de Aquino e Carlos Teixeira, e os advogados Manuel Alceu Affonso Ferreira, Hélio Lobo, Rui Fragoso, Antonio Carlos Mendes, Mario Sérgio Duarte Garcia, e Edgar Silveira Bueno.

Todos fazem parte de um grupo de velhos amigos que costuma se reunir quinzenalmente há anos, em um hábito que remonta os tempos da faculdade. Temer, entretanto, não aparecia desde que assumiu a presidência.

Auxiliares do presidente dizem que ele está “inconformado” com a condição de denunciado e faz questão de trocar informações com interlocutores do ramo jurídico. Ex-presidente da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), o advogado Mário Sérgio Duarte Garcia disse que no almoço, como de costume, Temer ouviu mais que falou. “Eu lhe disse que com essa vitória é bem provável que ele acabe conseguindo afastar a tentativa de impeachment porque a margem teria que ser muito grande na Câmara para atingir o quórum necessário”, afirmou.

O advogado Rui Fragoso disse que, enquanto degustavam o menu de massas e carnes oferecido pelo restaurante, regado a vinho e água, os presentes também conversaram sobre assuntos mais “leves” para o presidente “espairecer”. “Falamos de amenidades, sobre a viagem dele no exterior e literatura para ele se sentir à vontade”, disse. “Ele até me recomendou o livro ‘O dia em que nevou em São Paulo'”, completou. Segundo ele, Temer comeu ravioli e bebeu apenas água.

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