Barril de pólvora
Venezuela vive mais um dia de cão com mortes e prisões
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emRuas vazias, centenas de comércios fechados e ônibus suspensos. A população da Venezuela parou em protesto contra a convocação de uma eleição para Assembleia Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro. Em meio aos confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança, duas pessoas morreram e nove ficaram feridas.
O Ministério Público reportou a morte de Ronney Eloy Tejera, de 24 anos, por arma de fogo em um protesto no Estado central de Miranda. Já Andrés Uzcátegui, de 23 anos, foi morto em um protesto em Carabobo.
Com a morte dos jovens, subiu para 95 o número de vítimas fatais desde que se acirraram os protestos antigovernamentais nos últimos três meses. O país convive com hiperinflação e desabastecimento, fruto de uma política econômica populista que se ancorou na alta dos preços do barril de petróleo na última década.
A greve de 24 horas desta quinta-feira, convocada pela oposição, procurava acentuar a pressão contra Maduro, que pretende reescrever a Constituição do país. A votação para a nova Carta Constitucional deve ocorrer em 30 de julho. Os manifestantes alegam que o governo de querer implantar uma ditadura.
Maduro resiste em deixar para trás o plano da nova Constituinte e acusou nesta quinta-feira a oposição de “sabotar o país”. O presidente venezuelano criticou ainda o plano do governo dos Estados Unidos de lançar sanções contra altos funcionários do governo bolivariano.
Em Mendonza (Argentina), onde ocorre a 50ª Cúpula do Mercosul, o vice-chanceler da Argentina, Daniel Raimondi, disse que os países do bloco não pretendem aplicar sanções comerciais contra a Venezuela e pediu que o governo desista de convocar a Constituinte.
“Entendemos que uma sanção comercial poderá gerar um impacto não desejado no bem-estar da população venezuelana, que é o que menos queremos agora”, afirmou.
A Venezuela está suspensa do Mercosul desde dezembro de 2016.
A pressão diplomática contra Maduro também aumentou por parte de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU). O diplomata venezuelano Isaías Medina anunciou que deixará o cargo na missão no organismo internacional por discordar “violações” dos direitos humanos por parte do governo Maduro.