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Os indiciados

Rolo com Mané complica para Agnelo, Arruda e Filippelli

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Fábio Serapião

A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Panatenaico e indiciou criminalmente o ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Nelson Tadeu Filippelli (PMDB) e os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR) por corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo de 2014.

O relatório final da Panatenaico atribui ainda a Filippelli e aos ex-governadores os crimes de peculato, lavagem de dinheiro, violação à Lei de Licitações e organização criminosa.

Tadeu Filippelli foi vice-governador de Agnelo. Depois que deixou o cargo assumiu uma cadeira de assessor especial de Temer no Palácio do Planalto, que deixou ao ser preso – ele e os ex-governadores foram libertados dias depois.

A Operação Panatenaico foi deflagrada no dia 27 de maio.

Na ocasião, Filippelli, Agnelo e Arruda chegaram a ser presos por ordem da Justiça Federal que, a pedido do Ministério Público Federal no DF, decretou a indisponibilidade de bens dos três políticos e mais dez investigados até o limite de R$ 60 milhões

A ação investigou uma organização criminosa que fraudou e desviou recursos das obras de reforma do Mané Garrincha.

Orçadas em cerca de R$ 600 milhões, as obras no estádio custaram ao fim, em 2014, R$ 1,575 bilhão. O superfaturamento pode ter chegado a quase R$ 900 milhões.

Agnelo já não tem muito o que esperar da sua carreira política

A investigação teve origem em delação premiada de executivos da empreiteira Andrade Gutierrez. O relatório da PF, subscrito pela delegada Fernanda, é taxativo. “Foi narrada a entrega de propina aos ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz e ao ex-vice-governador Tadeu Filippelli. Nesse contexto, Arruda teria ciência do acordo (conluio) realizado entre as empreiteiras, e seria sua a ideia de composição entre as construtoras. Asseverou-se, também, que mesmo após o fim do seu mandato, Arruda teria pedido apoio financeiro para campanha política ao GDF (eleição de 2014).”

O delator Clóvis Renato Peixoto Primo declarou. “Que Tadeu Filippelli, vice-governador de Agnelo, também solicitou pagamento de propina a Andrade Gutierrez, por meio de Carlos José, que deveriam ser pagas como doações de campanha eleitoral (PMDB).”

Defesas – Em nota, a Andrade Gutierrez e seus executivos afirmam: “A Andrade Gutierrez informa que segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal e reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado. Além disso, a empresa afirma que continuará realizando auditorias internas no intuito de esclarecer fatos que possam ser do interesse da Justiça e dos órgãos competentes. A Andrade Gutierrez acredita ser esse o melhor caminho para a construção de uma relação cada vez mais transparente entre os setores público e privado.”

Ameaçado mais uma vez de prisão, Filippelli repensa nome para herdar seu curral eleitoral

O advogado Paulo Catta Preta, que representa o ex-governador José Roberto Arruda, afirma: “Não concordamos coma interpretação da Polícia Federal, pois a licitação do Estádio somente ocorreu 5 meses após a saída de Arruda do Governo. Há mais: a investigação suspeita do aumento do valor inicialmente projetado no governo Arruda (R$ 600 milhões) para o valor efetivamente executado pelos seus sucessores (R$ 1,5 bilhão). De modo que Arruda estaria na parte mais baixa dessa equação.”

Já o defensor do ex-governador Agnelo Queiroz, Daniel Gerber, disse que “o governador se declara inocente das acusações e irá debater o caso no foro próprio, qual seja o Poder Judiciário. Qualquer manifestação será tratada apenas dentro dos autos.”

A reportagem procurou o advogado Alexandre Queiroz, responsável pela defesa de Tadeu Filipelli, mas não obteve retorno.

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