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Com a palavra, Padilha

Claro que vem mais coisa (contra Temer), mas é bombinha

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Tânia Monteiro

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta segunda-feira, 28, que “por óbvio, é possível” que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, antes de transmitir o cargo para Raquel Dodge. Seu mandato termina em 17 de setembro.

“O Ministério Público tem uma missão a cumprir e o que se espera é que ele cumpra bem a sua missão nos estritos limites da lei”, declarou Padilha. “As possibilidades serão as maiores do mundo em todos os aspectos, a nossa possibilidade de aprovação das nossas regras, também a possibilidade de surgir uma nova denúncia é possível, por óbvio que é possível”, afirmou Padilha, acrescentando que a ação, “naturalmente”, “tem que ser fundamentada”.

Diante da insistência da imprensa sobre a preocupação com a apresentação da nova denúncia, durante o período em que estiver viajando para a China, o ministro desconversou e foi evasivo, limitando-se a lembrar que “o presidente estará viajando para a China”. A previsão é de que Temer embarque nesta terça-feira, 29, para participar da reunião dos BRICs e só retorne ao Brasil, na semana que vem, no dia 6 de setembro.

A denúncia foi baseada na conversa gravada por Joesley Batista, da JBS, que teria tentado comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e de Lúcio Funaro, que era o operador do PMDB da Câmara na Petrobras e na Caixa Econômica Federal. Como agora Funaro assinou delação premiada, o assunto está sendo tratado com preocupação no governo, apesar de o presidente Temer dizer que não conhece Funaro e insistir que Janot está perseguindo-o.

Rodrigo Janot tem sinalizado que poderá apresentar sua segunda denúncia durante o período em que Temer estiver fora do País. A primeira denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no final de junho por corrupção passiva, com base na delação do Grupo J&F. Em seguida, a acusação foi remetida à Câmara dos Deputados pelo relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin. A Câmara precisa autorizar o prosseguimento da denúncia. No dia 2 de agosto, o plenário da Casa rejeitou a denúncia.

A expectativa é de que Janot apresente nova denúncia, desta vez com base na delação de Funaro, desta vez juntando os crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.

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