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Velhas alianças

PT do Rio quer Lula colado em Renan e na elite econômica

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Ricardo Galhardo

O presidente do diretório estadual do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, causou polêmica nas redes sociais petista ao publicar, nesta segunda-feira, 28, texto no qual defende o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) durante a passagem da caravana petista por Alagoas.

No mesmo texto, intitulado “Por um partido lulista, burguês e reformista”, Quaquá defende que Lula volte a se aproximar de setores da elite econômica brasileira e fomente a criação de uma legenda de centro, “minimamente reformista” com objetivo de garantir uma base de sustentação para um eventual governo petista no Congresso.

“Quando atravessei o Rio São Francisco, de Sergipe para Penedo e, em Alagoas, encontramos Renan Calheiros e seu filho à espera do Lula e da sua Caravana, fiquei feliz! A vinda do Renan estabelece um novo passo na disputa política do Brasil. Um passo à frente diante da hegemonia golpista. É o primeiro peso-pesado do establishment político que se desloca para o nosso campo. Abre caminho pra outros e também daqui há pouco para setores da elite econômica”, diz.

O texto causou alvoroço entre os petistas. Na semana passada Lula, em entrevista a rádios de Pernambuco, fez elogios a Renan e ao ex-presidente José Sarney. O tema se tornou motivo de debate entre os setores radical e moderado do partido.

Segundo Quaquá, a criação de um partido “burguês” repete a estratégia de Getúlio Vargas, uma das principais influências de Lula, que na década de 1950 estimulou a criação do PSD.

“Devíamos operar seriamente a organização de uma nova agremiação, que talvez nasça maior até que o PT, e que seja a base das alianças com o establishment político-burguês. Fazer como Getúlio fez com o PSD. O presidente Lula deveria organizar diretamente um partido burguês para chamar de seu”, diz o texto

Para o presidente do PT do Rio, a criação da nova legenda deve estar no centro da estratégia política do partido.

“O Brasil precisa de um novo partido burguês, com programa reformista mínimo, pactuando com as lideranças políticas regionais. Um partido que banque a proposta de uma nova constituinte e que avance na construção do estado burguês de bem estar social. O socialismo é uma aposta futura e de transição. Nesse período, a transição ainda é burguesa e o será por muitos anos. Por isso, é centro da estratégia política montar um partido lulista, burguês e reformista!”.

A reação ao texto foi imediata. “O Quaquá resumiu o programa da direita do PT: nos converter num partido burguês, lulista e reformista. A rigor, nada de novo: não é a primeira vez que setores da esquerda brasileira trilham este caminho. Vide o PPS”, respondeu Valter Pomar, líder da Articulação de Esquerda, na caixa de comentários do dirigente fluminense.

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