Clima de guerra
Tiroteio na Rocinha mata turista e fere dois policiais
Publicado
emConstança Rezende e Vítor Abdala – Edição Bartô Granja
Uma turista espanhola morreu na manhã desta segunda (23) ao ser atingida por tiros disparados por policiais militares na Rocinha, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, ela estava em um carro de transporte de turistas que furou um bloqueio policial no Largo do Boiadeiro, por volta das 10h30, e foi, por isso, alvejado pelos agentes.
Segundo a Polícia Militar, a mulher foi levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu aos ferimentos. A Corregedoria da Polícia Militar está apurando o caso.
Mais cedo, por volta das 9h30, dois policiais militares do Batalhão de Choque ficaram feridos durante um tiroteio com criminosos na comunidade. Um homem, que, segundo a Polícia Militar, estava envolvido na troca de tiros também ficou ferido. Os três foram levados para o Miguel Couto.
Os policiais foram baleados durante um confronto com traficantes, na localidade conhecida como região 199 na Rocinha. Os dois foram levados para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio.
Segundo a PM, após a ação, uma pistola com kit rajada (adaptada para aumentar a frequência dos disparos) foi apreendida e um criminoso baleado foi encontrado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Ele foi reconhecido pelas equipes do Batalhão de Choque como um dos envolvidos no confronto desta segunda. Ele também foi levado para o Miguel Couto.
De acordo com o aplicativo Onde Tem Tiro, também foram ouvidos tiros nas comunidades Chácara do Céu e Vidigal, que ficam na região da Rocinha. A Secretaria Municipal de Educação informou que uma escola na Rocinha e outra Vidigal não funcionaram, por conta dos tiroteios. No total, 381 alunos estão sem aulas.
Esta é a primeira vez que policiais foram feridos, desde quando começou a disputa pelo comando do tráfico na Rocinha, no dia 17 de setembro. Na ocasião, criminosos ligados a Antonio Bonfim Lopes, o Nem, líder da facção Amigos dos Amigos (ADA), teriam invadido a favela para tirar o controle do morro de Rogério 157, seu antigo aliado.