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Quem quer dinheiro?

Bolsa Família de Huck quer os votos do eleitor de Lula

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Autor/Imagem:
Kleber Ferriche

Nos últimos dias a imprensa tem estado ocupada com o resultado de pesquisas que verificam a popularidade de alguns nomes, supostamente aptos a disputar a presidência da República em 2018. Surge, em destaque, o apresentador global Luciano Huck. Surge também, em contraponto, a opinião de ilustres políticos sobre o levantamento promovido pela equipe Barômetro Político Estadão-Ipsos. Nele, Huck alcança 60% de aprovação para uma pergunta que avalia a sua atuação.

O índice é alto para um candidato ao Palácio do Planalto, caso fosse. Caso venha a ser. É baixo para reconhecer seus níveis de audiência, ou seja, a sua atuação como apresentador popular de um programa televisivo que emociona e convence o público de ações assistencialistas quase originais.

O bolsa-família de Huck, distribuído aos sábados vespertinos, utiliza vários formatos: restaura veículos e imóveis de famílias humildes, remunera boas ações mediante uma roleta que multiplica o valor que pedestres trazem no bolso, em vias públicas, reedita e paga prêmios aos participantes no quadro “Quem quer ser um milionário”, promove apoio a pequenos empreendedores e assim caminha o marido de outra celebridade global, que é a Angélica.

Os percentuais de aprovação conquistados por ele são relevantes e provocam reações pontuais. O senador petista Lindbergh Farias afirma que Luciano Huck é uma arma sacada do fundo do Vídeo Show para enfrentar Lula, que não passou de 43% de aprovação pela sua atuação. Ninguém sabe qual. A desaprovação de 57% que recai sobre Lula, também por sua atuação, é igualmente um mistério. Bom seria explicar melhor essa tabulação do Estadão-Ipsos.

Ao contrário do que pensam os eleitores, o senador candango Cristovam Buarque, ainda filiado ao PPS, afirma que os candidatos devem ter um passado (?) e experiência política. Examina o resultado e conclui que seria normal atores e apresentadores da TV Globo – ele cita alguns – alcançarem um desempenho igual. Se assim fosse, bastaria examinar os índices de audiência que são verificados em tempo real, diuturnamente, pelas emissoras de televisão. Os 100 milhões de uns aprovaram a atuação de Huck. Outros milhões de alguns desaprovaram a atuação de Lula.

Ambos provocam lágrimas, nem sempre pelos mesmos motivos, mas carregam na bagagem uma popularidade inquestionável, que dispensa pesquisas. Os irmãos Marinho estão preocupados com a ameaça aos seus múltiplos veículos de comunicação, caso os milhões de alguns superem o 100 milhões de uns nas urnas.

Estando Luciano Huck apto, como cidadão brasileiro, a disputar a presidência do País no ano que vem, Lindbergh Farias poderá ver confirmado o seu presságio. Então o Brasil terá o picadeiro dividido entre dois artistas. Mas outras necessidades merecem avaliação cuidadosa: quem vai pagar ingresso e para qual plateia? Públicos distintos, presume-se, têm renda de diferentes fontes. Quais fontes?

Perguntas assim já devem ter respostas de um lado. De outro, quem sabe? Huck provavelmente tem uma gorda poupança e ainda não exauriu seus poços. Nicolás Maduro, enquanto isso, está devendo o condomínio, não paga água nem luz há muito tempo e não poderá socorrer seu irmão camarada.

Fica no ar a ameaça de Lula que quer enfrentar o logotipo da platinada pregado na testa seja de quem for. É um enfrentamento inevitável e indigesto que poderá levá-lo a uma trincheira minada. Mas ele tem a experiência que Cristovam Buarque diz ser necessária. E que experiência! Então, qualquer que seja o postulante oponente ao operário que chegou lá, a cor de sangue vai ter que encarar a obra de Hans Donner pendurada no pescoço de quem quer chegar lá. Com a aprovação de milhões de uns.

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