Um avanço
Reformas nas feiras beneficiam produtores e compradores
Publicado
em“Acontecia de, às vezes, caírem caixas dos carrinhos devido à irregularidade no asfalto; e produto perecível, quando cai, a tendência é danificar”, conta o distribuidor de laranjas José Purcino, de 55 anos. Depoimentos como o dele expõem a dificuldade dos trabalhos antes da revitalização do asfalto na Feira do Produtor e Atacadista de Ceilândia.
As melhorias, feitas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) em 2016, refletem diretamente na qualidade de vida dos feirantes e frequentadores do espaço. A empresa pública recapeou cerca de 37,8 mil metros quadrados de área e investiu R$ 1.116.643,33 na região.
Pioneiro na feira, José Purcino, mais conhecido pelos colegas como Zezé, inicia os trabalhos às 5 horas. Mas há quem comece mais cedo, como Antônio Fernandes Leite, de 41 anos, que chega às 3h30. Ele produz itens como abacate, manga e pimentão e traz a mercadoria de Formosa (GO).
“Muitas vezes, o puxador tombava o carrinho e já era prejuízo, porque o comprador não vai mais aceitar aquela mercadoria, manda de volta”, destaca o produtor.
Feirante e produtor de folhagens, Rogério Santos, de 47 anos, também chega por volta das 3h30 e deixa o local no fim da manhã. Na feira de Ceilândia desde 1999, ele lembra que um dos principais problemas, além do asfalto, era a iluminação.
A Companhia Energética de Brasília (CEB) instalou 20 postes de luz de 16 metros, duas pétalas e 400 watts. “Aumentou a segurança para nós”, resume Rogério.
Complementar aos trabalhos, foram instaladas sinalizações verticais e horizontais, de responsabilidade do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF).
A Feira do Produtor e Atacadista de Ceilândia tem 390 boxes e 360 pedras (espaços no galpão central para comercialização). São, em média, 39 mil toneladas de hortifrúti granjeiro vendidas por mês. Os dados são da Associação dos Feirantes, Produtores Rurais, Atacadistas da Feira de Ceilândia e Entorno.
Em Ceilândia, a Feira Central recebeu ações semelhantes. Entre janeiro e fevereiro de 2017, a Novacap recapeou 10,9 mil metros quadrados no estacionamento e nas vias de acesso ao local. O investimento foi de R$ 329.621,95.
“A Novacap está desenvolvendo ainda um projeto para fazer o levantamento do telhado da feira central. O telhado atual é baixo, o que limita aos feirantes fazer mezanino, guardar mercadorias em cima das bancas”, afirma o diretor-presidente da companhia, Júlio Menegotto.
Já na feira do Arapoanga, em Planaltina, a empresa pública pavimentou uma área de 3,7 mil metros quadrados de estacionamento. Os trabalhos tiveram custo de R$ 141.574,60 e ocorreram entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017.
O investimento em feiras em Brasília totaliza cerca de R$ 10 milhões e vai além da recuperação de locais existentes. “Estão sendo feitas várias intervenções para melhorar a qualidade de quem frequenta e trabalha nesses locais”, explica Menegotto, ao informar que o último grande investimento em melhorias de feiras ocorreu em 2009.
No Riacho Fundo II, um espaço para comercialização é construído na QN 10. Segundo a Novacap, a obra está 30,7% executada. O recurso investido é de R$ 5.296.160,77.
Atualmente, são feitos os trabalhos de execução das caixas de esgoto, elétrica e de telefonia, das estruturas metálicas e de finalização da escavação de reservatório. A entrega está prevista para o primeiro semestre de 2018.
A demanda para a criação do espaço foi apresentada em 2016 em encontro do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, com os moradores.
De acordo com a administração regional, essa será a primeira feira permanente da região, que conta com dois pontos de venda: um na QS 16/18 e outro próximo à unidade em construção.
Em Sobradinho, os trabalhos estão concentrados na Feira Modelo da região e, segundo a Novacap, estão 38% prontos, com previsão de entrega também para o primeiro semestre de 2018.
Com custo de R$ 1.049.390, as melhorias incluem troca de telhas e calhas, fechamento da lateral e construção de rampas para acessibilidade.
Está previsto ainda um forro na parte central da feira, com o objetivo de melhorar a higiene da praça de alimentação.
Além disso, haverá melhorias no estacionamento, com obras de pavimentação e drenagem a serem executadas pela Novacap a partir de janeiro.
Na Estrutural, uma antiga reivindicação de vendedores que atuam de maneira improvisada e de moradores está quase concluída. Com 2,5 mil metros quadrados, a estrutura de uma feira permanente na região está 99% executada.
O custo da obra é de R$ 3.036.080,36. Segundo a Novacap, a construção dos boxes está em fase de licitação.
Além dessas obras, de acordo com Menegotto, estão em fase final os projetos elétricos para o Shopping Popular do Gama e de reforma da Feira de Sobradinho II.