Verba indenizatória
Distritais enrolam povo e farra dos gastos continua
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em“É sacanagem (com o povo)”. É assim, curto e grosso, que o repórter Toni Duarte, do site RadarBrasília, define a mais recente manobra dos deputados distritais. Trata-se do sucessivo adiamento da votação, pelo Plenário da Câmara Legislativa, de projeto que prevê o fim da farra com a verba indenizatória.
Embora a matéria tenha sido aprovada em comissão logo na abertura dos trabalhos legislativos, o assunto não entra na pauta – e quando isso acontece, não tem quorum para deliberar.
Na pior das hipóteses falta pulso ao presidente Joe Valle (PDT), ex-pré-candidato ao Palácio do Buriti que se insinua agora para ser vice numa chapa encabeçada por Jofran Frejat (PR). Só para este ano estão previstos gastos superiores a 7 milhões com essa ‘mamata’.
Alguns deputados temem que a Câmara Legislativa, que no ano passado ocupou mais espaço no noticiário policial do que bandidos tradicionais, volte a ser manchete em meio a muitas ‘safadezas’, e prejudique suas candidaturas em um ano eleitoral.
Em sua reportagem, o Radar lembra que no dia primeiro de fevereiro último, exatas 24 horas antes da abertura dos trabalhos legislativo de 2018, os cinco integrantes da Mesa Diretora assinaram o projeto de resolução que acabaria com a verba indenizatória dos 24 deputados. Por este penduricalho, cada um tem direito a R$ 25,3 mil mensais.
De início, a proposta, de autoria do ex-pré-candidato ao Buriti Joe Valle, contou com assinaturas suficientes para a aprovação do projeto. Porém, enfatiza a reportagem, “a maioria dos 24 deputados distritais orquestra para não perder o penduricalho que chega a quase R$ 7,3 milhões anuais aos cofres públicos”.
Segundo trecho da matéria publicada pelo Radar, a verba indenizatória serve para custear os trabalhos dos gabinetes parlamentares, principalmente os “puxadinhos que as suas excelências possuem fora do âmbito da Câmara. Chama-se indenizatória porque é liberada após os gastos realizados. A grana é usada para ressarcir despesas com locação de imóveis e de veículos, material de expediente, combustível e contratação de consultoria e até festinhas de aniversários”.