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A dor do estado falido

Escassez de medicamentos nos hospitais venezuelanos é de 88%

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Pedro Nascimento, Edição

Os hospitais venezuelanos registram uma escassez de medicamentos da ordem de 88% e uma falta de material médico cirúrgico de 79%, segundo uma pesquisa do parlamento de maioria opositora e uma ONG divulgada nesta segunda-feira.

“Os venezuelanos vão a um hospital e têm de comprar tudo. Há 84% de escassez de cateteres e sondas, que são coisas básicas em qualquer hospital”, denunciou o médico e deputado José Olivares em coletiva de imprensa em que apresentou os resultados da Pesquisa Nacional de Hospitais.

O relatório, realizado durante os dez primeiros dias de março pela Assembleia Nacional e a ONG Médicos pela Saúde também determinou que 94% dos serviços de raio-x não funcionam, assim como 97% dos de tomografia.

“Cem por cento dos laboratórios do país não funcionam de maneira correta por falta de reativos, 79% dos hospitais têm problemas de fornecimento de água e 53% das salas de cirurgião não funcionam”, detalhou Olivares.

Segundo a investigação, 21,9% das salas de emergência estão fora de operação, enquanto que 70,7% têm falhas e funcionam de maneira intermitente. Além disso, 96% das cozinhas hospitalares não têm o que servir aos pacientes.

A pesquisa foi feita em hospitais públicos e 33 privados de 21 estados do país (de um total de 23) e na capital, afirmou o dr. Julio Campos, membro de Médicos pela Saúde.

Olivares pediu que os oficiais da Força Armada “veja a realidade dos hospitais e tenham um sentimento de dever ante a crise”.

Na Venezuela, mergulhada em uma aguda crise econômica, a escassez de medicamentos para doenças de alto custo chega a 95%, enquanto que as básicas, como hipertensão, é de 85%, segundo a Federação Farmacêutica.

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