Morrendo no varejo
Marca queridinha de fashionistas está encalhada nas lojas
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emDe acordo com apuração do site Highsnobiety, as vendas da marca francesa Vetements não param de cair. “Do ponto de vista do varejo, a Vetements está morta”, disse um buyer [profissional que define o que será vendido em multimarcas] anônimo.
“Nas últimas duas estações, ninguém está nem olhando [para a grife]. As vendas tiveram uma queda dramática, chegando ao ponto de vermos peças em outlets com descontos de 60 a 70%”, falou ele à publicação.
Outros buyers endossaram a afirmação, dizendo que os preços das roupas da Vetements são altos demais para a qualidade que oferecem. “Os clientes têm preferido comprar Balenciaga, que oferece looks parecidos por um valor menor e qualidade maior”, escreveu o Highsnobiety. Desde 2015, a Balenciaga tem como diretor criativo o estilista georgiano Demna Gvasaglia, que é também o nome por trás da Vetements.
Criada em 2009 por Gvasaglia, a etiqueta ganhou status de “grife do momento” e conquistou uma série de admiradores ao redor do mundo – pense em nomes como Kendall Jenner, Rihanna e Kanye West. O jornalista americano Tim Blanks, do Business of Fashion, chegou a definir a Vetements como “a marca pela qual o mundo da moda estava esperando”.
Flertando com a moda das ruas, o estilista soube bem como traduzir a vontade dos jovens em suas roupas. Acontece que muito do sucesso da grife foi pautado na ironia das suas criações. Exemplo disso é a série de itens com logo da DHL, uma empresa de entregas alemã; ou o jeans com uma abertura traseira, feito em parceria com a Levi’s. Tudo a preços altíssimos: uma camiseta da DHL custava 200 dólares, enquanto a calça poderia ser comprada por 1.360 dólares. Por uma camiseta com o rosto do rapper Snoop Dogg estampado, a marca chegou a cobrar 924 dólares.
À medida em que o fator novidade está passando, a Vetements vai perdendo a atenção do público – e isso se reflete nos números do faturamento. A marca ainda não se posicionou oficialmente sobre a informação.