Epílogo
Polícia Federal dá ultimato, ameaça, e Lula, com medo, se entrega
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emCansada de esperar para que Lula se entregasse, a Polícia Federal, quase no limite da paciência, deu um ultimato: ou o ex-presidente se entregava em meia hora, ou o prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC seria invadido e Lula levado a força.
O recado foi dado à presidente do PT, Gleisi Hoffmann por volta das 17h50 deste sábado, 7. E quando menos se esperava, Lula, temendo consequências graves, se entregou. Ele saiu a pé do prédio do sindicato, entrou em um carro oficial e foi escoltado até o embarque em Congonhas, com destino a Curitiba.
Acaba, assim, o impasse para a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos 1 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As últimas 48 horas ele se refugiu nas instalações do sindicato.
Exatamente às 18h42, o ex-presidente deixou, a pé, o Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo para se entregar à Polícia Federal e seguir para a prisão da Lava Jato, cerca de seis horas depois de comício. Ele vai iniciar o cumprimento da pena uma “sala reservada” na sede da PF em Curitiba.
Impasse – A primeira tentativa de saída do ex-presidente em um carro cor prata – acompanhado de seu advogado Cristiano Zanin Martins – foi marcada por forte tensão. Militantes postados no portão de saída do sindicato impediam o deslocamento do automóvel onde estava o ex-presidente. “Cercar, sentar e não deixar prender”, entoavam.
Lula deixou o carro e tornou a entrar no prédio. Às 18h42, saiu a pé para fora do edifício, em meio à multidão que se aglomerava, e percorreu alguns metros até viatura da PF estacionada ali perto.
Apesar de Moro ter sugerido ao petista que se apresentasse até às 17h desta sexta-feira, 6, Lula não arredou pé do sindicato, onde passou duas noites e fez seu último comício antes do cárcere.
À espera do ex-presidente, a carceragem da Polícia Federal preparou uma sala especial. Moro vetou expressamente o uso de algemas.
Lula se entrega após quase dois dias de negociação intensa. A PF aceitou aguardar que ele presenciasse a missa em homenagem a sua mulher Marisa Letícia e depois se entregasse.