Uma mãozinha
Europa manda 10 mi para ajudar venezuelanos em Roraima
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emSensibilizada pela crise humanitária provocada pela fuga de venezuelanos para o Brasil, a União Europeia (UE) decidiu doar 2,5 milhões de euros (R$ 10,6 milhões) para ajudar a relocar os refugiados venezuelanos em território brasileiro para cidades onde terão melhores condições de emprego e moradia, informou nesta quinta (26) o chefe da Delegação da UE no Brasil, embaixador João Cravinho.
No momento, Boa Vista, capital de Roraima, e a cidade de Pacaraima, no mesmo estado, que faz fronteira com a Venezuela, são os principais destinos dos refugiados do país vizinho que procuram abrigo no Brasil. Essas cidades porém não têm estrutura para abrigar as centenas de famílias da Venezuela que já chegaram e estão morando em abrigos e moradias cedidas pelas prefeituras e por instituições de defesa dos direitos humanos.
Os recursos doados pela União Europeia estarão disponíveis até o início de junho, segundo o embaixador. Ele alertou que é preciso maior empenho de outras cidades brasileiras em favor da absorção dos refugiados. “Se houver umas 15 ou 20 cidades que possam receber 100 ou 150 pessoas, isso já faz uma diferença enorme”, disse.
Infelizmente, segundo Cravinho, até agora os números de transferência dos refugiados de Roraima para outros estados estão longe de atender às necessidades das famílias venezuelanas. Ele disse que algumas dezenas de refugiados se deslocaram para São Paulo e outras dezenas foram transferidos para Cuiabá. Há planos também para que várias pessoas se desloquem para Florianópolis e para outras uma ou duas cidades do país.
Ajuda inicial – Cravinho informou que essa ajuda é apenas um montante inicial de emergência. “Acredito que no futuro haverá mais”, afirmou. O dinheiro será distribuído no Brasil pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e pelo Fundo das Nações Unidas pela População, em parceria com órgãos da sociedade civil e em estreita colaboração com a Casa Civil da Presidência da República. Entidades ligadas à Igreja Católica, como a Pastoral do Migrante e o Centro de Direitos Humanos e Cidadania, também participarão dos esforços de transferência das famílias.
Além de se deslocar para outras cidades as famílias receberão também cursos de formação profissional de curta duração. “Vamos investir em criar condições para que os refugiados possam assumir empregos em outras cidades”, assinalou João Cravinho. “Vamos investir na proteção de mulheres. Em comunidades de refugiados, elas são muito vulneráveis”, disse. Além disso, no Brasil, os índices de violência contra mulheres aparece em maior grau em Roraima, pontuou.