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Pesquisas e ‘alianças sujas’ intrigam eleitor brasiliense

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Autor/Imagem:
Kleber Ferriche, especial para Notibras

É recorrente em artigos e matérias publicadas nos meios on line e off line de comunicação, especulações e cenários eleitorais simulados, onde são propostos nomes que não serão candidatos no próximo pleito. Ou nomes de pessoas que são candidatas, mas não necessariamente para os cargos propostos nas pesquisas. Elas são contratadas e em seus questionários esses nomes aparecem em blocos distintos para a presidência da República, Senado, câmaras Federal, estaduais e distrital.

Qual a função dessa tabulação hipotética? As variáveis são muitas. Inicialmente, para aqueles que patrocinam, querem ver seus nomes pontuando com o objetivo de utilizar os resultados para barganhar legendas e coligações. Outro objetivo é alcançar projeção junto ao eleitorado. Finalmente, por meio de verificações quali e quantitativa, é possível obter orientação para ações das campanhas eleitorais com maior segurança.

A idiossincrasia encontrada no mercado do voto, entre outras consequências, determina o perfil médio do eleitor por região, o que pode apontar os caminhos que os candidatos precisam percorrer para ter êxito.

O Distrito Federal abriga um perfil de eleitor significativamente diferente dos demais Estados brasileiros. Em todas as pesquisas de intenção de voto, por exemplo, Jair Bolsonaro surge como o nome vencedor até o momento na preferência dos candangos para a Presidência da República. Em uma delas, entretanto, a simulação sem o nome de Bolsonaro, que é substituído pelo general Paulo Chagas, revela-se um empate técnico entre Chagas, Ciro Gomes e Marina. Mas, atenção, o general não é candidato à presidência do Brasil, mas ao Governo do Distrito Federal. É um declarado apoiador do deputado Bolsonaro. E vice-versa.

Então, qual a utilidade de tabular uma questão como essa, propondo um quadro imaginário? No exemplo, a intenção foi de averiguar o alcance do nome do militar no mercado local, no momento da aplicação do questionário. Se ele tem expressão para um cargo nacional, demonstrada pelo extrato local, então é natural deduzir que poderá alicerçar sua campanha ao Palácio do Buriti, contando com os votos daqueles que querem um candidato novo, ainda que menos conhecido.

Essa técnica tem desdobramentos, guardados a sete chaves pelos pesquisados e pesquisadores, que são utilizados na formatação da campanha eleitoral. Uns dão ampla divulgação quando seus índices são favoráveis, outros adotam medidas mais prudentes e aguardam o momento que julgam preciso para a promoção de seus perfis, mas todos pretendem o mesmo: vencer as eleições.

Alguns analistas defendem a teoria de que quanto mais cedo um candidato obtém a liderança nas pesquisas, mais cedo também ele poderá sucumbir aos adversários, especialmente se o seu nome estiver maculado por ligações com políticos tradicionais, envolvidos com atos ilegais. Essa ligação com investigados e condenados, habitualmente visceral entre eles, poderá custar caro para muitos candidatos e seus partidos, de acordo com as respostas secretas obtidas pelos estatísticos de plantão.

No Distrito Federal, ao que parece, um a um dos tradicionais políticos de carreira tem escorregado na preferência dos eleitores, por vários motivos. Ninguém pode afirmar possíveis resultados no primeiro turno, independente das tendências dos institutos de verificação. É preciso lupa de longo alcance para pisar nas ruas onde residem os votos brasilienses. São eleitores que reservam muitas surpresas para a última hora.

Resta saber quem são os candidatos que também reservam surpresas, de preferência boas surpresas, aos eleitores no momento derradeiro das eleições.

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