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Agnelo descumpre acordo e polícia civil pode decretar greve

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O Sindicato da Polícia Civil do Distrito Federal (Sinpol-DF) convocou uma reunião nesta quinta-feira (31) com diretores e representantes sindicais de cada unidade policial. O encontro faz parte de uma série de ações planejadas pelo sindicado para defender os interesses dos filiados, nos quais se incluem agentes de polícia, médicos legistas, peritos criminais, escrivães, agentes penitenciários, papiloscopistas e delegados.

Há uma enorme insatisfação entre policiais, e as lideranças sindicais alegam que tanto a União como o Governo do Distrito Federal (GDF) não demonstram qualquer preocupação em solucionar os atuais problemas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Diante da inércia das autoridades envolvidas, “não descartamos a hipótese de realizar atos, paralisações e a chamada ‘operação-legalidade’ para a defesa dos nossos direitos”, afirma o presidente do Sinpol-DF, Rodrigo Franco.

Em fevereiro de 2013, o sindicato realizou um acordo com o GDF, o qual até agora não foi integralmente cumprido. Na ocasião, o governador Agnelo Queiroz encaminhou à presidente Dilma Rousseff uma proposta de alteração na lei que rege a PCDF, na qual se reconhecia todos os cargos como de nível superior. O descumprimento do acordo tem gerado um clima de inconformismo e revolta entre os policiais.

“O reconhecimento dos cargos como de nível superior trará maior valorização e autoestima a estes profissionais, cujas atividades são bastante complexas, exigindo alta capacidade técnica e preparo psicológico”; o presidente do Sinpol-DF ainda lembra que “desde 1996 o ingresso em todas as carreiras se dá por meio de concurso que tem como pré-requisito a formação superior”, disse.

Outra demanda considerada emergencial pelo Sinpol-DF é a nomeação imediata dos aprovados em concursos. Foram formados pela Academia de Polícia Civil 1.200 profissionais neste ano e já estão aptos a trabalhar. Entretanto, esse quantitativo não será o suficiente para solucionar a carência do DF, uma vez que existem mais de 2 mil cargos vagos para agentes de polícia e mais de 500 para escrivães. “Fica notório o verdadeiro ‘apagão’ nos recursos humanos da PCDF, cujos reflexos recaem tanto no atendimento imediato, nos plantões, quanto nas investigações criminais”, afirma Franco.

Atualmente, os plantões nas delegacias contam com apenas três ou quatro policiais, número insuficiente para atender com um mínimo de qualidade, e segurança, o cidadão que quer registrar uma ocorrência criminal, além de extravio de documentos, desaparecimento de pessoas e acidente de trânsito com ou sem vítimas.

Falta pessoal também nas seções de investigação, e dessa forma um policial chega a investigar de 10 a 20 casos ao mesmo tempo. A sobrecarga pode gerar não só atraso na resolução e prisão dos suspeitos, como comprometer diretamente a qualidade das investigações.

O impacto financeiro com a nomeação dos aprovados no concurso chegaria à cifra de 50 milhões. “Só neste ano, a União disponibilizou ao GDF, por meio do Fundo Constitucional, cerca de 11 bilhões de reais, e boa parte dessa quantia deveria ser destinada, prioritariamente, para a área da segurança pública, suprindo a contratação de pessoal na PCDF, entre outras demandas”, afirma o presidente.

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