Alemanha
Após 5 anos, tribunal condena neonazista à prisão perpétua
Publicado
emApós mais de cinco anos de debates, um tribunal alemão condenou nesta quarta-feira, 11, à prisão perpétua Beate Zschäpe por sua participação em vários assassinatos como integrante de um pequeno grupo neonazista, um caso que provocou grande comoção na Alemanha.
A corte de Munique também priva a acusada de 43 anos, única integrante viva do trio Clandestinidade Nacional Socialista (NSU), da possibilidade de solicitar a liberdade condicional antes de 15 anos, em consequência da “particular gravidade de seus crimes”. A pena anunciada nesta quarta-feira está de acordo com o que havia sido solicitado pela Promotoria em 2017.
Beate Zschäpe era julgada desde maio de 2013 pelo assassinato de oito turcos ou pessoas de origem turca, um grego e uma policial alemã, entre 2000 e 2007.
Durante os cinco anos de julgamento, a acusada falou em poucas ocasiões e negou sua responsabilidade nos assassinatos. No fim do processo afirmou que, para ela, a ideologia de extrema direita não tinha importância.
Beate Zschäpe também foi condenada nesta quarta-feira por dois atentados contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos a bancos cometidos pelo trio NSU, o qual ela formava com Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, que passou 14 anos na clandestinidade.
Outros quatro neonazistas, suspeitos de ajudar o trio com a logística, foram condenados a penas que vão de dois anos e meio a dez anos de prisão.
Em novembro de 2011, a polícia encontrou Mundlos e Böhnhardt mortos a tiros no momento em que seriam detidos. Os investigadores acreditam que eles cometeram suicídio ou que um deles matou o cúmplice antes de tirar a própria vida.